Por Maria Beatriz Dalsasso Côrte
Nosso linguajar é o espelho dos valores a nós impostos, na cultura em que nos educamos,vocalizando nossas ideias, crenças, descrenças, informações e o mais diverso mundo da comunicação.
Sistema organizado está longe de se realizar. O caos se inicia nos lábios daqueles que, sem tolerância, inconscientemente, vão abrindo portas,invadindo o alheio, sem compromisso, devassando tudo e todos.
Avançamos no tempo ou o tempo passou e nada aprendemos? Crescemos no desaprender em estarmos atentos ao que buscamos, falamos e acreditamos?Ou o sistema pensa por nós e nossa voz é apenas um eco, neste frenesi que absorve tudo com os olhos, sem processar em suas essências mais infinitas as raízes que a vida os premiou.
Quando vejo pessoas que saíram de nossa terra e encontraram sucesso em cidades de grande porte, sem devolver com orgulho a terra e os companheiros que muitas estações estiveram juntos em sua estrada, me sinto muito desapontada.
Quando interrogadas em qualquer entrevista qual cidade natal, negam estas raízes, afirmando ser naturais de qualquer cidade, menos de Canelinha.
Como saber por quê de tamanha insensatez? Como ser autêntico e feliz se temos vergonha de nossas origens?- Este é o primeiro sinal da mais completa alienação. Que sentido terá sua história, se as raízes mais elementares, são negadas, podadas por estes elementos perdidos em qualquer vento de um mundo irreal?
..Sabem encontrar dinheiro, projetar as mais arrojadas propriedades, buscar e gerar trabalhos, mas, ainda capengam no verdadeiro mundo onde a simplicidade de voltar e conviver nas origens de onde tudo começou é perder tempo…. pois tempo é dinheiro. Sempre há um tempo sobrando para visitar sua terra, rever seus amigos, parentes, e toda a gente, que ainda sorri, trocando extraordinárias idéias.Esta nossa gente faz uma feijoada, mesmo que lhes as pompas de uma cidade chamada de sensacional, se garantindo com mais água no feijão, quando você pense em lhes visitar.A galera sabe acolher, pois se orgulha de ser canelinhense.
Somos canelinhenses, onde os sonhos mais lindos também sonhamos..Viajar, conhecer o nosso Brasil, mesmo neste jeito humilde, não nos diminui em nada.Ao, contrário, somos felizes no pouco, …fazendo deste pouco, o muito que falta nas cidades grandes, entupidas de robôs apressados, em suas carrancas franzidas, sem olhar a energia vibrante que se esbarra em sua volta, de um mar de gente, infelizmente, desconhecido.
Temos muito que celebrar. Momentos maravilhosos, momentos tristes. O importante é estarmos juntos.