Caminhar livre, leve e solto não significa sermos solitários e nada solidários. Caminhar com o coração sambando de alegria, iluminando a face com sorrisos que espantam e invejam qualquer tristeza,lançando os olhares em todos os horizontes é muito promissor.
Horizontes que a humanidade vem perdendo, esquecendo, e assim, a simplicidade vem pedir espaço.
Visões preconceituosas de costumes culturais, torcidas, fãs de carteirinha, grupos fanáticos em sua acústica inexistente ecoam com certa frequência em nossos bairros, ideias que nunca deveriam ser ouvidas.
Eis alguns dos exemplos: fanáticos em seus partidos políticos com forte expressão, brincam em suas linguagens, quando morre alguém de seu partido a triste frase: “Um voto a menos no nosso time”.
Será que a pessoa que morreu era apenas uma peça decorativa daquele partido para votar nas próximas eleições?
A história deste conterrâneo merece ser lembrada com respeito e apreço por todos nós. Como somos mesquinhos com tais comentários. Ou como se isolam os partidários que não querem enxergar a comunidade, como um compromisso diário, onde divisões nos regridem, nos oprimem e nada acrescem. Precisamos superar as muralhas que nos enfraquecem.
Particularmente, em nossa comunidade Canelinha, escutamos sempre as velhas brincadeiras, onde os rótulos estigmatizam muitos grupos, não apenas partidários, mas religiosos, onde as igrejas, novas seitas, são criadas das necessidades que a sociedade se debruça para dar sentido a suas existências.
Se buscamos o mesmo Deus, como explicar tamanhas divisões? Se moramos em um território, onde os gestores públicos nos devem todas as atenções e compromissos, porque, juntos, de cabeças erguidas, saibamos com civilidade discutir temas urgentes que não cala na boca de ninguém?
E caminhar pelas ruas, de cabeças erguidas, ouvidos atentos ao barulho dos ventos, nos convida a ver todo o Brasil se agigantar em sua força democrática.
Somos um povo que não “dorme em berço esplêndido”, mas somos um mar de gente que acorda os sentidos para resgatar as histórias que precisam ser escritas, repartidas e conhecidas nas praias deste Brasil, acima de todos rótulos e preconceitos, na consciência que depois dos erros vem as aprendizagens. Somos eternos aprendizes.