Juliano César
“Um ponto luminoso na colina, que nos eleva o pensamento a Deus”. Assim inicia um artigo escrito pela professora aposentada Mira Saide da Silva, sobre a Capela da Sagrada Família, no bairro Cardoso em São João Batista, que completou 60 anos de construção no domingo, 28. E a senhora Mira tem uma ligação familiar com o local.
Afinal, o avô, o empresário do setor de calçados, José Marcelino Pereira, viu um surto de malária no ano de 1942 vitimar fatalmente moradores dos bairros Cardoso e Krecher. Naquele momento de dor e incertezas, ele pediu a Deus, proteção não somente aos familiares, bem como aos amigos e conhecidos da comunidade. Ele então prometeu construir uma capela no alto do morro.
Idealizador da capela, ele faleceu em 11 de setembro de 1955, sem conseguir cumprir com a promessa. A incumbência ficou para a viúva Maria Damasia da Silva Pereira, que iniciou a construção. Orientada pelo padre monsenhor José Locks, a construção contou com o apoio dos irmãos de Maria e da própria comunidade do Cardoso, que também foi a doadora do terreno.
Construção
Pedro Marcos da Silva, irmão de Maria, foi o primeiro presidente da comissão da capela. E a construção exigia muito trabalho e mão de obras. Loreto Sagaz foi o pedreiro responsável, junto com o filho Valdir Sagaz. O senhor Francisco Voltolini, de carroça, levou as madeiras e o cimento. Inácio Setti, com habilidade em madeiras, trabalhou incansavelmente, bem como José Gesseli, Jorge Motter, Augusto Ruberti, reforçados pelas famílias Maykot e Tomazoni.
Já o transporte dos tijolos eram transportados pelas crianças até o alto do morro. Destacam-se Arlindo Ruberti, Alcides Lacerda, Nalcídio Lacerda, Braulino Setti, Valdir Setti, Generso Voltolini ni, Eufrásio José Fraga, Lauro Fraga, Gecélia Voltolini, Maria Saide Duarte, Marília Duarte, Samuel Tomazoni, Zelinho Tomazni e Inês Maykot, entre tantos outros.
Inaugurações
E em 28 de agosto de 1962, em uma missa festiva celebrada pelo próprio monsenhor José Locks, a Capela da Sagrada Família foi inaugurada. Um dia marcante, onde muitos fieis se aglomeraram ao redor da pequena construção para acompanhar a missa.
No ano de 1984, foi inaugurada uma nova capela, com o senhor Jorge Motter tendo papel fundamental. Além disso, também houve a inauguração do galpão de festas.
Em 1997, o então presidente da comissão Tarcizio Inácio Gessele deu início a terceira e atual capela, bem maior que as anteriores, que foi inaugurada com missa celebrada pelo arcebispo metropolitano Dom Eusébio Scheidt. Esse ano também marcou uma celebração histórica do padre José Edgard de Oliveira, que tinha uma promessa de infância para rezar no local.
São seis décadas de atividades e encontros religiosos, além de muitos casamentos que acontecem no local. Afinal, a capela é umas das mais procuradas na cidade para a benção matrimonial.
Para a professora Mira, cuidar do local é importante para o futuro da Capela da Sagrada Família. “Cabe a comunidade contribuir com a comissão da capela para que os eventos realizados tenham sempre êxito, num ambiente de trabalho, amor e fé”, conclui. Colaborou Mira Saide da Silva.