Marcia Peixe
É sempre uma alegria retornar a este espaço, especialmente em um caderno em alusão ao aniversário do município de São João Batista. No próximo dia 19 de julho, serão 63 anos de Emancipação- Político Administrativa, apesar do desmembramento oficial do município de Tijucas ter ocorrido por meio da Lei Promulgada nº 348, de 21 de junho de 1958, decretada e promulgada pelo deputado José de Miranda Ramos, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Esta lei apresentou oficialmente a alteração das divisas territoriais de Santa Catarina, de 27 distritos que se tornaram municípios, entre eles São João Batista.
Neste processo destaca-se a mobilização empreendida por Willian Duarte da Silva, acompanhado também de Sinésio Duarte, Tiríbio Martinho de Campos, José Marcelino Franco, Janyr Franco, Christóvão Reinert dos Santos, Raul Marcelino Pereira e Nilo Booz, principais nomes ligados ao movimento emancipacionistas. Menciono-os como atores do processo político, pessoas que naquela época, tiveram mais acesso à educação, renda, influência e articulação pública.
Porém, isso não significa que eles foram os únicos participantes, pelo contrário, é preciso ressaltar a presença popular. Um instrumento fundamental deste processo, foi o abaixo assinado apresentado à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, com as assinaturas de moradores de várias localidades da então Vila de São João Batista. Ele permanece arquivado no Centro de Memória da Alesc e também podem ser observado no livro Emancipação de São João Batista (Silva, 2010), escrita pelo próprio líder do movimento. Vale ressaltar, que nem todas as páginas do abaixo assinado foram localizadas.
Tempo de relembrar
As comemorações, sempre são uma oportunidade de percebermos as reverberações do acontecimento. É como se ele estive ‘renascendo’ e possibilita novos olhares e interpretações. Por isso, nesta Edição Especial de 2021 em alusão ao Dia do Município, fui convidada pelo amigo e diretor deste semanário, jornalista Juliano César dos Santos, para escrever as reportagens. Revisitei as temáticas abordadas anteriormente, e, desta vez, optei por enfatizar as narrativas de pessoas, que assim como eu, pesquisam sobre a história da cidade, de sua família ou ainda estão sempre abertas à uma boa conversa.
Em cada entrevista, há uma conexão com esta necessidade de relembrar. A professora aposentada encontra na pandemia uma oportunidade de aprender e estudar mais, a servidora pública se dedica a reunir um acervo da família, os filhos se orgulham de residir na rua que leva o nome do pai. Um movimento que a história do tempo presente permite contar: o passado que não passou e que está entre nós.
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