Juliano César*
O padre Eder Claudio Celva, que trabalha em Itajaí, está lançando o livro ‘Um homem sacerdote e apóstolo: Padre José Locks’, uma biografia de monsenhor José Locks que, assim como em Itajaí, teve papel fundamental para a construção da igreja matriz de São João Batista e Major Gercino. Nesse ano de 2023, marca os 130 anos de nascimento do religioso, além dos 40 anos de sua morte. Em breve, o livro estará sendo comercializado na Paróquia São João Batista.
Locks nasceu em São Ludgero, Sul do Estado, em 1º de dezembro de 1893 e morreu em 25 de setembro de 1983, na cidade de Major Gercino. Foi seminarista em sua terra natal, além de Parecí Novo/RS e em São Leopoldo/RS. Ordenou-se sacerdote na Catedral de Florianópolis no Ano Novo de 1920. No ano da ordenação trabalhou em Laguna.
O bispo o mandou para Itajaí no em fevereiro de 1921, quando viajando a cavalo durante seis dias e meio, de Braço do Norte, Sul do Estado, chegou até a cidade portuária. A Paróquia Santíssimo Sacramento era exigente por ter grandes demandas; uma delas a retomada do plano de construção da Nova Matriz. Tal plano condensaria o anseio do tempo novo de um pós-guerra, além do centenário do início da colonização, no ano anterior. E, ainda, o centenário da Independência do Brasil (1922), e do curato do Santíssimo Sacramento (1924), a projetar-se para os anos seguintes. A igreja matriz de Itajaí – atual Imaculada Conceição – passava por reforma geral. A obra havia sido iniciada em agosto de 1920 e finalizado no final de 1921.
De 1924 a 1928, José Locks foi pároco de Laguna. Em 1929-1930, formador em Azambuja, Brusque. Esteve em Itajaí, como pároco, de janeiro a agosto de 1931. De 1931 até 1938 trabalhou como pároco de Camboriú. Com provisão datada de 30 de julho de 1938, volta ao pastoreio na grande paróquia de Itajaí e as que lhe eram anexas. Mais: em outros tempos ficaram-lhe anexas as capelas de Ilhota e também foi, durante o período foi vigário foraneo, circunscrição que abrangia: Itajaí, Camboriú, Luiz Alves, Tijucas e Porto Belo.
Em Itajaí esteve em uma paróquia grande com muita riqueza pastoral, com grande mescla étnica, com extensa zona rural e com o litoral, e com a demanda da construção da nova Matriz.
Mais sobre a Matriz de Itajaí
O plano de uma nova Igreja Matriz para a paróquia vem de 1905. Foi a obra que marcou o coração dos itajaienses por meio século, pois a Matriz Santíssimo Sacramento somente foi inaugurada em 15 de novembro de 1955.
Para Pe. José a construção de igrejas era a concretização da Jerusalém do alto da terra dos homens, para que em meio às lutas da vida já a experimentassem pela experiência da Comunhão dos Santos, da Igreja que se reúne, vive e celebra.
A Igreja Matriz, símbolo máximo de poder econômico, do bom gosto artístico de uma alma elevada, de um povo ordeiro que a construirá! O espaço urbano da igreja – um cemitério abandonado – marcou a modernização da cidade onde se situa. “Para edificar uma igreja não basta o telhado, paredes, nivelamento de solo… É preciso beleza. A beleza está na autenticidade. Os templos que erguemos são a prova – ou deveriam sê-lo – de que a beleza é possível e necessária! Se for belo será comunicativo e evangelizador naturalmente. A beleza da matriz de Itajaí a habilita na cidade. Tendo nascida urbana, indicou a urbanização da cidade para além de seu estreito perímetro urbano à beira do Itajaí-Açu”, destaca trecho do livro.
Em São João Batista
Depois de Itajaí, Monsenhor ainda trabalhou em Azambuja, na cidade de Brusque, em São João Batista – onde também ergueu a bela Matriz da Cidade. Sua última morada fora em Major Gercino, onde também ergueu a nova matriz.
Monsenhor José Locks faleceu em 25 de setembro de 1983, às 11 horas, depois de uma semana de internamento no Hospital de Azambuja. Em dezembro faria 90 anos.
Foi sepultado em Major Gercino. Tinha 63 anos de ministério sacerdotal, todos eles totalmente vividos com intensidade na arquidiocese de Florianópolis. No final do breve testamento monsenhor diz que: “Desejo ser sepultado no Cemitério de Major Gercino numa sepultura encimada por um crucifixo bem visível e uma lápide com os seguintes dizeres: Pe. José Locks. * + Cursum consummavi, fidem servavi.
*Informações: Eder Claudio Celva