Antônio Paulo da Silva – 8º ano
Existe um menino em Arataca, que adora fazer bolos e tortas. Sua inspiração vem de bolos de antigamente, e o que mais lhe chama a atenção são fotos de bolos de casamentos. Bolos esses feitos quando não pelas boleiras das localidades da antiga Colônia, por tradição, pelas mães ou tias das noivas.
Um “Bolo de noiva” era quase do tamanho de uma mesa, com babadinhos de papel na decoração. Como o leite condensado era muito caro, e de difícil acesso, no recheio usavam pudins caseiros, incrementados geralmente com amendoim, e às vezes com coco. A massa era feita de trigo, usavam muita clara de ovo. Na cobertura havia manteiga batida com açúcar, em ponto que ficasse bem cremosa. Usavam um saquinho cortado na ponta, para decoração, uma considerada mais clássica era a de “chumbinho”, que era boa para “quebrar” os dentes. O bolo não tinha muita mistura, acreditavam que o mais simples proporcionava sempre o melhor sabor.
Um bolo muito presente nessa história foi o bolo genovês, hoje conhecido como pão-de-ló, criado por um confeiteiro italiano. Foram os imigrantes sardos que iniciaram a moda dos bolos fofos, leves e aerados, pela Colônia, muito diferentes dos preparados inicialmente por caboclos e migrantes da região do litoral e da serra catarinense.
O menino de Arataca hoje usa chantilly, corante e muito glacê, gosta de decorar com temas como o Homem-Aranha e a Barbie, e de combinar sabor com a arte ao confeitar. O que não mudou, são que os bolos são sempre protagonistas em comemorações, histórias de amor, vitórias e assim por diante, porém não podemos igualar sabores dos tempos de Colônia aos dos tempos atuais. Foi um longo caminho, com mais de um século de história, para chegarmos aos dias atuais.