André Leoni (3º ano E.M.)
Em Arataca, quando no início do povoamento da localidade entre os anos 1880 e 1890, muitas casas viviam distantes umas das outras. Moradores próximos, geralmente eram familiares. Os trajetos no interior, à noite, eram bastante amedrontadores, principalmente pelo fato de não haver luz alguma em meio às trilhas e estradas esburacadas. E foi assim por muito tempo.
Os pais alertavam crianças e jovens para que elas não saíssem à noite, principalmente sozinhas, porque se dizia ouvir uma bruxa que roubava as crianças mal comportadas que saíam na escuridão sem a companhia de adultos. As crianças da comunidade viviam apavoradas e por isso, não questionavam essa história.
Nas casas eram utilizados lampiões com querosene para iluminação, o que amenizava certas preocupações. Na década de 1960, chegou a luz elétrica em Tigipió e também em Arataca. O primeiro lugar que instalaram um poste com energia foi em frente da casa de um homem chamado Eugênio Salvador, antigo proprietário da farinha São Salvador. O clima na região foi de festa, pois finalmente as pessoas poderiam andar nas estradas e não ter medo de se perderem ou de se depararem com alguma situação assustadora.
Apesar disso, o medo das bruxas ainda continuava nas crianças, pois nem tudo que se comentava nas localidades eram mentiras. Existiu uma pessoa que pelo menos uma noite por semana andava de madrugada pelas estradas de Arataca. Assim, para a segurança das crianças, a história da bruxa continuou sendo contada por gerações. Inclusive, há rumores de que esta crença esteja relacionada a um morador da localidade de Macaco Branco, que sempre trabalhava na roça até anoitecer junto de sua esposa. Devido os dois voltarem para casa na escuridão, os dois eram confundidos com a tal bruxa.