Cristiéle Borgonovo
Odílio José Crispim, 89 anos, o Dilo, há mais de 60 mora no bairro Timbezinho. Natural do bairro Arataca, no interior de São João Batista, quando jovem mudou-se para a cidade portuária de Santa Catarina, Itajaí, onde trabalhou na Usina de Açúcar Adelaide. Após esse período, ao lado da saudosa esposa Paulina Baumgärtner Crispim, vieram desbravar as terras onde hoje é o Timbezinho.
Dilo recorda que nem entrada havia no local, tudo era um enorme banhado e pastagem. Moradores eram bem poucos, uma casa aqui e outra acolá. O pai, José Crispim Alexandre, também morou no bairro por décadas e faleceu aos 108 anos.
Dos tempos passados relembra das plantações, a principal era de aipim, onde também tinha o engenho que de farinha produzia 100 quilos. Também plantavam feijão, milho, fumo, além da criação de gado, galinha, porcos e cabritos, para consumo da família e também vender.
O morador relata de quando uma família de São Paulo comprou os terrenos e fez o loteamento, muitos aproveitadores se fingiram de proprietários e enganaram muitas pessoas. Dessa forma, houve um crescimento desordenado e sem nenhum planejamento. Até mesmo áreas de preservação e de risco foram ocupadas. “Depois, como as casas estavam todas irregulares, veio as máquinas e derrubaram tudo, foi uma cena muito triste”, recorda.
Mas, com o passar dos anos, o Timbezinho foi beneficiado com moradias do programa Ressoar e também do Governo Federal. As estradas de chão receberam pavimentação de lajota e chegaram muitos moradores de outros estados, como o Rio grande do Sul, por exemplo, para trabalhar nas indústrias de calçados.
Para Dilo, a Comunidade Bethânia é um local que também traz muita beleza ao bairro, um espaço de paz e tranquilidade. “Me lembro do Padre Léo, de quando começou a construir aquele lugar abençoado. Depois ele fez o Ceju – Centro Educacional Juscélia – para atender as demandas das nossas crianças”, conta.
Ele também destaca a construção recente, a Escola Municipal Darci de Brito Maurici, que conta com quadra para as crianças brincarem. “Quando se faz escola a gente fica muito feliz, afinal educação é muito importante”, fala.
Mas a obra que enche o coração de emoção foi a praça que leva o nome da companheira de uma vida toda, a Praça Paulina Baumgärtner Crispim, a Dona Paula, que fica bem próxima a residência onde mora com o filho.