Cristiéle Borgonovo
André Luis Vargas, 39 anos, há 20 anos resolveu cuidar da saúde e começou a se exercitar. Porém há 10 iniciou em um esporte, o fisiculturismo e se apaixonou. Atualmente o batistense acumula títulos, esses, resultados dos frutos de muita dedicação e trabalho. Nesse mês de outubro ele trouxe mais um título na bagagem, o bi- campeonato na Mr Olympia Brasil, que aconteceu em São Paulo, Capital, entre os dias 18 a 20 de outubro, na categoria 102 quilos, de 35 a 39 anos.
Além de ser campeão Brasileiro, Bicampeão Catarinense, Top 2 sardinha Classic, Top 3 sardinha Classic, Top 2 estadual e Top estreantes. Nessa entrevista vamos destacar a preparação para a competição e também as dificuldades e desafios de um esporte que precisa de genética, foco, disciplina e também enfrenta preconceitos, afinal há uma mudança em todo o físico corporal.
André que é treinador na Academia AD3, em São João Batista, conta que sempre se prepara na questão de treinos e alimentação para as competições que participa. Porém, para essa especificamente, mudou a estratégia utilizada. Com uma visão e metodologia própria no qual desenvolveu com o passar dos anos, seja em questão de treinamentos, periodização de treinamentos e dieta. Dessa vez, ele confessa que foi bem diferente das outras estratégias que utilizava.
O atleta conta que em questão a preparação foi tranquilo. Somente na reta final teve alguns problemas profissionais que acabou atingindo a parte psicológica, essa que é de suma importância na preparação. Corpo e mente precisam estar alinhados. “Também tem a rotina desgastante, pois além do trabalho e da preparação precisamos nos dedicar a família, principalmente aos filhos que exigem presença. Apesar dos contratempos, dos empecilhos no meio do caminho, o resultado veio”, conta.
Sobre se, em algum momento da competição ele conseguiu perceber que seria vencedor, André revela que desde o primeiro dia de treno focado na competição o pensamento era só um: serei vencedor e vou conseguir. “Claro que vinha as inseguranças o medo de não dá certo, mas sempre me visualizava no topo do pódio, focar no objetivo é fundamental”, enfatiza.
Essa competição está entre as maiores do Brasil. Ainda sobre a preparação, avalia que em comparação a competição do ano passado, percebeu que os pontos fracos dele estavam na parte dorsal. Dessa forma durante o ano treinou dorso, glúteo e posterior de coxa para melhorar a assimetria e formas. E o resultado veio. “Eu consigo me avaliar e perceber onde preciso melhorar, acredito que esse possa ser um grande diferencial. Onde estava mais fraco no ano passado, foquei esse ano, bati mais em cima dessas áreas”, fala.
Sobre a vitória
Essa vitória teve um significado especial. Pois além de ter se preparado sozinho, André foi para São Paulo sozinho, como atleta e treinador. “Fiquei por uma semana lá, fiz todo o processo de desidratação e preparação sem ninguém ao lado, comida, compras, cardio, tudo sozinho, em uma cidade grande, totalmente diferente da nossa que é pequena, de interior e sem ninguém para auxiliar, eu mesma me avaliava e fazia as alterações caso precisasse”, conta.
Uma das motivações foram a famílias e amigos que sempre mandavam mensagens de incentivo e apoio.
“Fui sem equipe de apoio, pois há dois anos me preparo sozinho. Fisiculturismo é um esporte que mexe muito com o psicológico, mas sou grato a tudo, pois há dez anos eu entrei nesse universo e o esporte transformou a minha vida”, revela.
De olho nas próximas competições
Após a vitória na competição, André já segue a rotina e executa os planos no preparo para a próxima competição. Vargas revela que 2025 quer dá um salto na competição, pois já tem mapeado todos os resultados e sabe exatamente como fazer para desenvolver cada músculo.
Para aqueles que também sonham em competir e vencer no fisiculturismo, os conselhos que ele dá são: se preparem de forma adequada. É uma dedicação, uma rotina focada. Na época em que começou ele perdeu amigos. Pessoas se distanciaram pelo simples fato dele ter mudado o estilo de vida. “Pois como é tudo regrado, no horário exato que tenho que me alimentar, beber água e puxar de uma marmita e comer tudo balanceado há dez anos atrás havia preconceito. Não é fácil. O mais fácil é tu ir na academia e treinar, o mais difícil é controlar o psicológico, pois há muita oscilação de humor por exemplo, quando se lida com alimentação e hidratação”, ressalva.
André explica que for por moda ou algo nesse sentido, a pessoa não irá aguentar e ainda traumatizaria. “É um esporte para quem tem genética. Precisa sempre fazer exames e controlar a saúde. Também é preciso procurar um profissional de confiança, que tenha conhecimento, não só técnica, mas experiência de vivência, além de gostar, de amar o que faz”, complementa.
Agradecimentos
Vargas agradece ao Willian dos Santos e a Carla Mariana Silva, da academia Iron Boby que foi onde tudo começou. “O Willian foi um parceiro de muitos anos, que passou os ensinamentos e a Carla, uma pioneira no esporte para competição em São João Batista. A Casa Grande Grill, pelo apoio, o Restaurante Cecílias, que muitas vezes me forneceu marmitas sem nenhum custo. Os alunos da Academia que auxiliaram financeiramente que não gostam de divulgar a ajuda. Desde as pessoas que deram o apoio moral e emocional até os que auxiliaram com custos, minha eterna gratidão”, conclui.