Alessandra Destro Pizzigatti – Budista
Tudo começa com a cor azul, que simboliza o acolhimento. A noção de acolhimento, e também o conjunto das qualidades positivas, pode ser simbolizada pela flor de lótus, que é um dos oito símbolos auspiciosos do budismo. A flor de lótus, na natureza, se enraíza no lodo e nasce sobre a água. Isso significa que, quando olhamos o mundo e vemos as graves dificuldades, não desanimamos, nem nos opomos, nem nos amarguramos. Em vez disso, fazemos a nossa energia se manifestar de modo positivo, para trazer benefício aos seres. Esse é o poder de transmutação do lótus.
O lótus não é contaminado, nem perturbado, nem manchado pela negatividade de onde ele brota. Ao olharmos as negatividades e os obstáculos, brota algo puro em nós. Parece impossível, mas é exatamente assim. Olhando o que é negativo, poderíamos gerar amargor, raiva, rancor, ódio, medo. Mas em vez de surgirem coisas negativas do negativo, surgem coisas positivas do negativo, espantosamente. Isso diz respeito à nossa capacidade de acolher aqueles que não estão se comportando bem: em vez de sermos inimigos , nós olhamos com este olho: “Ele não é a negatividade, mas vítima da negatividade, ele é uma natureza livre”. Na nossa linguagem, dizemos que, quando mantemos esse olhar, nascemos sobre o lótus. Ou seja, olhamos, aspiramos e verdadeiramente nascemos sobre esse lótus para trazer benefícios aos seres. Com isso, sorrimos internamente, emaho* !
A manifestação sobre o lótus pode ser variada, mas sempre estará voltada a ajudar o outro a superar o que o está afetando. Dessa forma, com a nossa visão, não criamos uma aderência entre a negatividade e a outra pessoa. Usualmente consideramos que a negatividade é o outro, mas, na verdade, o outro é a liberdade latente de ele mesmo poder fazer tudo diferente. A visão do lótus surge dessa capacidade. Ela se manifestará não só acolhendo e entendendo o outro, mas favorecendo suas ações positivas, dizendo “não” e se opondo à negatividade quando for necessário e, especialmente, descortinando a natureza ilimitada, além de vida e morte, a base de todas as existências.
*Emaho é uma expressão tibetana, que significa algo como “isto é maravilhoso e surpreendente”.
PADMA SAMTEN é lama budista. Fundou e dirige o Centro de Estudos Budistas Bodisatva, em Viamão, RS e também em Canelinha, SC. O templo do CEBB Mendjila fica na rua Regina B. Clemer, número 2400, no Bairro India. Este Templo foi inaugurado em 02 de novembro de 2015.
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Que muitos seres possam se beneficiar!