Cristiéle Borgonovo
Fim de semana é sempre de festa. A casa cheia de filhos e netos é a marca registrada da família Padilha de Major Gercino. Rogério Padilha, 74 anos, é um pai orgulhoso de 16 filhos. Todos são da união com a companheira Maria Laide Padilha, 71 anos. Hoje, o casal também soma 23 netos e dois bisnetos.
Rogério é natural de Lauro Müller, no Sul catarinense, e em 1966 se mudou para Florianópolis ao servir o Exército. E foi na capital do estado que conheceu a companheira. Em 1970 mudou-se para Major Gercino, trabalhou na prefeitura da cidade e também a Usati. Voltou para Floripa e retornou a Major Gercino onde vive até hoje.
Trabalhou como lavador de carros em postos de combustíveis do Vale do Rio Tijucas, foi funcionário público da Secretaria de Obras, aprendeu a trabalhar como operador de máquinas pesadas e também por oito anos foi presidente da Comissão Municipal de Esportes (CME), na gestão de Zelásio Angêlo Dellagnolo (MDB). Em 2013 se aposentou.
Com muito trabalho, esforço e dedicação, ao lado da esposa trabalharam duro para criar os filhos. “Sempre fomos pessoas muito simples, mas minha família é a maior riqueza”, conta.
Em meio a tantas alegrias, recorda de quando a casa onde moravam pegou fogo. “Perdemos tudo, tudo mesmo, roupa, móveis, documentos, utensílios, mas, graças a Deus salvamos nossos filhos, isso é o que importa, o mais velho na época tinha 14 anos. Eu estava trabalhando no posto de combustíveis quando foram me buscar, quando eu cheguei a última parede que estava de pé caiu e as chamas consumiram o resto”, recorda. Porém, tem gratidão a todos que lhes ajudaram na época, seja com roupas, alimentos e a construção de uma nova casa.
Família de atletas
Em meio a risos, Rogério revela que tem dez filhos homens e seis mulheres. “Os homens dão dois times de futsal. Nossa família tem um time de futebol, o Jamaica Futebol Clube, somos bicampeões do Campeonato Municipal de Futebol Suíço. E as mulheres vão torcer, brincar, somos muito alegres, nossas camisas são inspiradas nas da Seleção jamaicana ”, conta.
Lembranças de partos inusitados
Dos 16 filhos, três não nasceram na maternidade. Rogério Padilha Filho, nasceu pelas mãos da avó paterna que era parteira, porém, Rogério acompanhou o nascimento. O segundo filho, o Roberto, estavam em casa somente ele e a esposa, a bolsa estourou e sozinho em casa, foi o próprio marido quem fez o parto. “Me lembro tão bem, peguei no colo, embrulhei ele na toalha, cortei o cordão umbilical, esquentei a água, graças a Deus deu tudo certo”, diz sorrindo.
Outro filho, o Cleber, nasceu dentro do veículo a caminho da maternidade. “Estávamos eu, ela e os outros pequenos dormindo no carro, mas não deu tempo de chegar até o hospital, parei a VW Brasília, bem na conhecida volta do cachimbo, no bairro Fernandes, e o Cleber nasceu ali mesmo, pedi a uma moradora um lençol, embrulhamos eles e seguimos para o hospital”, relembra.
O casal destaca que foram momentos difíceis, mas criaram homens e mulheres íntegros, honestos e principalmente pessoas felizes.
Nome dos filhos
Rogério Padilha Filho, Roberto, Renato, Eliane, Osvaldo, Lenir, Rosenilda, Suelen, Simoni, Marcos, Marcelo, Maxuel, Luiza, Verônica (in memóriam), Cleber e Jailson, o caçula.