Ilustração: Igor Eduardo Machado
A vida estava difícil no litoral, Antônio José Melo e sua esposa Luiza Melo, moradores de Picadas do Sul, região que hoje faz parte da Grande Florianópolis, tentavam fugir da situação precária em que viviam. Através de uma requisição de um coronel, a família tentou uma vida melhor nas proximidades do Rio Tijucas-Grande, terra que estava famosa pelas prósperas plantações.
Chegaram e se instalaram onde hoje se encontra a igreja evangélica de Arataca. Mas já havia gente morando por ali, então decidiram atravessar o ribeirão e fizeram um rancho de pau a pique em terras mais acima.
Hoje em dia, para marcar sua terra, se contrata um agrimensor, mas no passado era diferente, o colono pegava uma foice e fazia um trilho até onde queria. Todos respeitavam, e foi isso que Antônio fez para demarcar as terras que passou a ocupar.
A alimentação, a família retirava da terra, onde se plantava feijão, milho, abóbora entre outros produtos. Sal e querosene só encontravam-se em comércios de Tijucas e, por isso, havia deslocamentos ocasionais até lá. Pescavam em especial um peixe chamado lambira, e caçavam.
Nesta época existiam muitos animais na região, Antônio costumava fazer armadilhas para caça, usava uma caixa de pau com uma tampa onde colocava comida para atrair animais. De dois em dois dias, se certificava da captura de tatus, pequenos veados, pacas ou porcos do mato.
Este tipo de armadilha dava nome de arataca, o que remete ao fato da região onde, inicialmente, os Melos se instalaram ter esse nome devido às armadilhas construídas por Antônio. Os Melos fizeram uma vida na região, e até os dias atuais, em Arataca, existem várias pessoas que descendem desse casal. Antônio José Melo e Luiza Melo, tiveram quatro filhos, o Manoel, o José, o Antônio e a Cândida Melo.
Texto: Samara de Sousa – 3º ano