Alan Gonçalves Pereira – 1ª série E.M.
Quase cinco mil quilômetros sobre duas rodas em duas semanas. Esse foi um dos desafios de um grupo de amigos que foi explorar países da América do Sul em cima de motocicletas. Entre os caranguejos do asfalto, estava Alcides Pereira, morador de Arataca desde criança, hoje com 68 anos. Durante os anos 1990, Alcides, Flávio, Luciano, Roberto, Dr. Bonelli, Bolão e Alexandre formaram um grupo de aventureiros viajantes, chamados Caranguejos do Asfalto.
Os motociclistas viajaram por vários locais do Brasil e América do Sul anualmente. Durante o ano, juntavam dinheiro para que as aventuras que idealizavam sobre duas rodas se tornassem reais. Durante as viagens enfrentaram ventos fortes, frio intenso, banhados e muitos pneus furados. Suportaram mudanças bruscas da temperatura, e de pressão, quando chegavam a até 4.800 metros de altitude na Cordilheira dos Andes. Passaram, ao longo do tempo, por Transamazônica, deserto do Atacama, e até Machu Picchu, cidade histórica inca, localizada no Peru.
Sem dúvida foram experiências incríveis as dos Caranguejos do Asfalto, mas talvez a mais inusitada foi vivida por Alcides, a de pilotar uma motoneta Honda Dream partindo de São Paulo, com a intensão de chegar, teoricamente, aos Andes argentinos. Acontece que fazer uma longa viagem com motos de baixa cilindrada é complicado. A motocicleta havia sido doada a Alcides em forma de patrocínio de uma das expedições que o motoqueiro participava na época. A aposta era em mostrar que a Dream, com suas 100 cilindradas, e seu baixo consumo de combustível, era capaz de rivalizar com outras concorrentes mais caras, mas com mais tempo de mercado.
O final dessa história, que aconteceu entre os anos de 1995 e 1996, é que, ao chegar na região de Buenos Aires, ao iniciar a subida nos Andes, a Honda Dream, não tinha força para enfrentar as ventanias que fazem na região. Alcides acelerava e não saia do lugar. A motoneta não pôde continuar, já Alcides, seguiu viagem, com os Caranguejos do Asfalto, até o topo das montanhas, concluindo mais uma expedição.
