Quando José era criança, morava em uma Colônia no interior de Santa Catarina. Segundo sua história, ele morava perto de um sítio de um senhor chamado Cavanha. Todo dia, as pessoas que viviam ali iam dormir bem cedo, pois trabalhavam na roça.
Certa noite, ele estava dormindo quando foi acordado por um grito agudo. Achando que era coisa da sua cabeça voltou a dormir, mas depois de alguns minutos ouviu novamente o grito e o relinchar de um cavalo.
Foi até a janela a ver o que era. Entre a cortina avistou no pasto lá longe uma figura “sombria” montada em um cavalo. Percebeu que o animal gemia de dor. Correu para acordar seu pai, tentou chamá-lo várias vezes, porém, Manoel mandou o garoto voltar a dormir.
Algum tempo depois, José foi até a janela pra ver se a criatura ainda estava lá. Para a sua infelicidade, estava perto da casa. Permaneceu olhando, quando, de repente, a criatura olhou pra ele e, rapidamente, voou até em frente à janela. Foi então que José caiu sentado, paralisado. A criatura deu uma gargalhada alta e sumiu na escuridão.
Manoel acordou e encontrou José sentado no chão. Ele olhou pela janela, mas não viu nada, colocou o filho a dormir e também foi se deitar.
Pela manhã, José acordou e logo depois de tomar café foi ver o cavalo. Observando atentamente, notou que o animal estava com a crina cheia de tranças e repleto de cortes em todo o corpo.
José contou para todos na época, mas sendo criança, acharam que foi invenção dele. Depois daquela fatídica noite, nunca mais se teve notícia da criatura.
Luiz Alberto Maçaneiro – 1º ano