Cristiéle Borgonovo
Seja forte e corajosa. Foi com essa frase repetida inúmeras vezes em pensamentos que a corretora de seguros, Simoni Darci Rover de Souza, 32 anos, convive com a dor do luto ao perder a primeira filha, com 37 semanas de gestação, após uma pré eclampsia não diagnosticada durante a gravidez. Mas, o Dia das Mães desse ano terá um acalento. Além de ser mãe de anjo, ela tem nos braços a pequena Helena, de pouco mais de dois meses de vida.
A primeira gestação foi planejada pelo casal. A pequena Luiza ainda na barriga da mãe recebia mimos dos familiares e amigos. Em uma consulta de rotina, o médico percebeu que a bebê não tinha mais batimentos. Após encaminhamento para uma ultrassonografia, se confirmou. “Foram os piores dias da minha vida, passei por um grande vale, mas entreguei nas mãos de Deus e pedi muito que me ajudasse”, conta.
Após o ocorrido, Simoni foi diagnosticada com pré eclampsia que é a piora da hipertensão arterial acompanhada de excesso de proteína na urina, que pode causar a morte do bebê e também da mãe.
Mas, Simoni e o marido Alan Diego de Sousa, 29 anos, buscaram forças e não fecharam as portas para o sonho de serem pais novamente. “O médico nos disse que precisava de no mínimo seis meses de esperar para tentar uma nova gestação, para dessa forma o corpo se recuperar”, explica.
Após alguns meses, Simoni recebeu pela segunda vez a notícia que estava grávida. “Foi um misto de medo e alegria. Medo de passar tudo de novo, mas a alegria de saber que estava gerando uma nova vida. Tive na gravidez da Helena tudo que tive na gravidez da Luiza. Passei 38 semanas e quatro dias de muita angustia. Mas, muitos dias de alegrias. Claro que veio o medo de passar por tudo de novo, porém nunca deixei o medo falar mais alto”, relata.
A chegada de um novo amor
Era uma quinta-feira. Fim de uma tarde de verão. Foi em 23 de fevereiro de 2023 que às 18h na Maternidade Helmuth Nass, em Biguaçu, que Simoni pode sentir o coração da pequena Helena pulsar nos braços. A bebê arco-íris, como são chamadas as crianças nascidas após um aborto veio ao mundo.
Esse ano o Dia das Mães vai ser diferente. Simoni confessa que o coração está cheio de alegria e amor. “É um sentimento único. Sempre fui mãe, desde a Luiza, mas agora será diferente pois tenho a Helena aqui, nos meus braços”, conta.
Simoni deixa uma mensagem as mães de anjo
A corretora de seguros conta que a perda de um filho, seja em qualquer fase da gravidez, sempre será dolorosa e intensa. “Porém, jamais deixe de sonhar e acreditar que podemos gerar uma vida. Dói, é sofrido, tem os medos, as angustias, os choros, mas ter a fé e saber que temos o Deus impossível, isso torna as coisas mais leve. O bebê que se foi jamais será esquecido, podem passar anos. Nunca questionei ou duvidei do que Deus poderia fazer por mim. Ele me entregou muito mais do que eu poderia imaginar. A Helena veio como um arco-íris depois da tempestade, para acalmar nossos corações e trazer a vontade de viver cada dia mais”, finaliza.