Ser mãe nem sempre é algo simples, como em tantos relatos. Muitas mulheres enfrentam doenças silenciosas, e às vezes, até perdem os bebês durante a gestação por desconhecerem a existência delas.
Lais Cristina Ramos, 24 anos, hoje vive os melhores momentos e fases ao lado do pequeno Bruno Ramos Amorim, de apenas quatro meses, e do papai Agued Zeferino Amorim Neto, 24. Porém, durante os nove meses de gestação enfrentou a dor de 540 picadinhas de injeção de Heparina, devido a Trombofilia.
A doença acontece quando a pessoa tem maior facilidade para formar coágulos de sangue, aumentando o risco de complicações como trombose venosa, AVC ou embolia pulmonar, por exemplo.
A mamãe explica que descobriu ser portadora da doença por meio da irmã Louise Fernanda Ramos, que, infelizmente, passou por dois abortos até descobrir que tinha trombofilia, fator de Liden V.
Nessa descoberta e investigação, descobriu-se que o caso da irmã era hereditário. “Fiz então exames para comprovar e deram positivo. Então antes de estar grávida já sabia que tinha essa doença e que precisaria tomar as injeções caso eu engravidasse”, conta Lais.
Ao descobrir a gravidez, Lais passou a fazer uso diário da Heparina, que é um anticoagulante. No início, a mamãe conta que foi bem complicado. Ela e o namorado tinham medo e não conseguiam aplicar direito a injeção, o que os desesperava.
A aplicação do medicamento era feita ao redor do umbigo, duas vezes ao dia, a cada 12 horas. Ela ocorreu durante toda a gestação e mais cinco semanas após o parto.
No início, Lais revela que doía bastante, mas depois se ‘acostumou’ com as “picadinhas de amor”. “Sentia um ‘queimor’, dava para sentir o líquido ardendo por dentro da barriga. Uma sensação estranha, mas que sabia que era por um motivo maior e que valeria muito a pena. E como valeu”, afirma.
Medos da maternidade
Segundo a mamãe Lais, a gestação não foi programada, mas tampouco evitada. E, por mais que sempre sonhou ser mãe, o início foi muito assustador. “Demorei para aceitar, me bateu um desespero. Mas comecei a entender a fundo, estudar sobre maternidade, parto, pós-parto, recém-nascido, amamentação, e confesso que fiquei encantada com esse mundo e comecei a ver tudo de outra forma”, comenta.
Lais afirma que a transformação na vida dela e do papai foi demais. Entretanto, o que mais a encantou foram as mudanças do seu corpo para gerar outra vida, e saber que outro coração batia dentro dela.
Primeiro Dia das Mães
Neste ano, Lais viverá o primeiro Dia das Mães com o pequeno Bruno. Para ela, é emocionante e gratificante. “Me sinto muito grata, e emocionada por ser meu primeiro Dia das Mães de uma vida inteira. Passar esse dia com meu bebê nos braços e com muita saúde enche meu coração de alegria”, comemora.
Para ela, ser mãe é uma sensação única, apesar de somente depois do parto ter se sentido mãe de verdade. “Hoje é algo indescritível, é uma ligação e um amor que não tem explicação. É um ato de completa doação e paciência. Quando comecei a me sentir mãe, o que me assustava era a dor de ser mãe. Sim, ser mãe dói. Dói saber que tem um ser que depende e acredita em você para tudo, e o medo de errar e não dar conta, também dói”, diz.
A mamãe acrescenta que não busca romantizar a maternidade, mas que tenta sempre ver o lado bom e positivo em tudo.