Quem nunca, pelo menos, ouviu falar da enfermeira Claudete Melzi, do Hospital Monsenhor José Locks, de São João Batista? Ela, que é mãe do Enio e avó da Betina, também merece ser homenageada neste Dia das Mães.
Pela última contagem, feita há cinco anos, mostra que pelas mãos dessa profissional da saúde já passaram mais de dez mil recém-nascidos durante os partos e cesarianas. Há 45 anos, Claudete atua no hospital de São João Batista, e é referência para os demais colegas de profissão.
A história dela com a área da saúde iniciou quando recém completou 12 anos de idade e começou a trabalhar como atendente de enfermagem, juntamente com o médico fundador do hospital, doutor Mercides da Rocha Pacheco. Em seguida, se tornou auxiliar de enfermagem para, então, se formar como técnica de enfermagem.
Por um período, Claudete trabalhou em diversos setores do hospital, mas agora, está somente no centro cirúrgico, auxiliando em todos os tipos de cirurgias, especialmente partos e cesarianas.
Presenciar o nascimento de tantos bebês durante a carreira fez surgir em Claudete o desejo de também ser mãe. “Aos 17 anos engravidei do meu único filho. Mas, me sinto um pouco mãe de todas essas crianças, porque cuidei e zelei por elas durante o tempo que ficaram no hospital”, diz.
Ela relata ainda que muitas mulheres que ganham bebê no hospital contam que suas mães, elas e, agora os filhos, nasceram com Claudete. “Me dá uma alegria muito grande. Já me sinto bisavó”, brinca.
Para a enfermeira, vestir a roupa branca e entrar no hospital é motivo de orgulho e honra. “É indescritível a sensação de participar de um momento de tanta felicidade para uma mãe. Realmente sinto como se o filho fosse meu”, afirma.
Trabalho recompensador
Aos 61 anos e já aposentada, Claudete continua a exercer a profissão no hospital. “Não me vejo fazendo outra coisa e não consigo ficar parada”, diz.
Devido à pandemia do coronavírus, a enfermeira foi afastada por 20 dias por estar no grupo de risco. Retornou por mais duas semanas, e desde segunda-feira, 4, está novamente em casa, por mais dez dias. “No primeiro dia em casa já fiquei agoniada, vou na frente de casa, olho para o hospital, a minha vontade é de estar lá”.
Entre tantas histórias lindas que vivenciou, Claudete também tem aquelas que mais lhe marcaram. “Lembro uma vez que uma criança foi achada em um galpão, no bairro Jardim São Paulo. Os bombeiros trouxeram para mim, colocaram em meu colo, e a criança estava num estado terrível. Chorei muito, mas cuidei dessa criança por dois meses, levava para minha casa para cuidar dela, e depois foi adotada e soube que está muito bem”, destaca.
A enfermeira se recorda ainda de uma criança que nasceu com cinco meses de gestação. “Junto com a ambulância, levamos às pressas para Florianópolis e cheguei com ela viva lá. Ficou internada na UTI neonatal e hoje é uma moça linda. Me orgulho muito de ter conseguido salvar essa vida também”, conta.
Durante os anos de profissão, Claudete também trabalhou na Cruz Vermelha e atuou numa missão em uma enchente em Araranguá, há muitos anos. “Lá cheguei a fazer dois partos dentro de uma bateira”, revela.
Mãe de todos
A cada Dia das Mães, Claudete comemora de forma especial, sabendo que a cada canto da cidade ou região tem alguém um pouco filho dela também. “O meu desejo para todas as mamães e futuras mamães é que sejam muito felizes e que façam um pré-natal certo para as crianças nascerem bem saudáveis, e que se cuidem e cuidem dessas preciosidades que têm em suas vidas”, finaliza.