Galhos e troncos de árvores nas mãos do aposentado Elton Simon, 63 anos, se transformam em lindas floreiras e decorações para casa. Há mais de 35 anos, o morador do bairro Colônia Nova Itália, em São João Batista, trabalha com restauração de móveis antigos.
Durante a realização dos trabalhos, percebeu a possibilidade de ir além, e reutilizar os troncos. As criações foram levadas ao litoral e chamaram atenção de muitos lojistas, inclusive uma delas foi adquirida pela esposa do cantor Zezé Di Camargo, que faz dupla sertaneja com o irmão Luciano.
Os trabalhos são feitos na própria casa, que divide com a esposa Teresinha Bisol, 65, no interior do município. Os troncos são recolhidos do pomar da casa ou na vizinhança. Já as restaurações de móveis são feitas por meio de pedidos dos clientes.
“Já fiz a restauração de muita coisa, inclusive de uma estande com mais de 150 anos. É um trabalho minucioso, porque procuro os materiais da época para compor o móvel e não perder a originalidade”, conta.
Os modelos das floreiras feitas pelo artesão são criadas a partir de sua imaginação, e cada peça é única e exclusiva. “Uso tronco de árvores já caídas, nada nativa, e cada um possui uma característica peculiar. Já usei pé de pitanga, laranjeiras, de acerola. São árvores do próprio quintal que são reaproveitadas”, comenta.
Tecidos reaproveitados
A esposa Tere, como é mais conhecida, também amante do artesanato, iniciou um curso de macramé, ainda quando morava em Balneário Camboriú. A técnica de tecelagem manual consiste no uso de nós originalmente usada para criar franjas e barrados em lençóis, cortinas e toalhas.
Ao casar com Elton e mudar-se para São João Batista, ela começou a fazer cursos pela internet de outros tipos de artesanatos, e hoje faz tapetes com retalhos de tecidos de diversos modelos e tamanhos. “Faço tudo com material reutilizado”, informa.
Pouco antes da pandemia se instalar no país, o casal participava da Feira de Artesanato, que ocorria mensalmente, no Centro da cidade.
Porém, com as restrições impostas devido ao coronavírus, os dois ficaram sem conseguir mostrar o trabalho para a população. “Percebemos que o artesanato é uma arte ainda pouco valorizada no município, e gostaríamos de poder mostrar mais à nossa gente”, comenta Elton.
Ele ressalta que não somente ele e a esposa, mas outros artesões e artistas do município foram prejudicados pela pandemia. “Penso que o Poder Público deveria incentivar mais e auxiliar, quem sabe com feiras nas localidades e até mesmo cursos e workshops nos bairros, e assim, fomentar também a cultura local”, sugere.
Para conhecer mais o trabalho do casal, basta entrar em contato pelo telefone e WhatsApp (48) 99828-0970.