O comércio batistense precisou reforçar a campanha iniciada há um ano “Compre e Invista em São João Batista”, especialmente depois da prorrogação do decreto estadual por mais cinco dias de quarentena.
A iniciativa, criada pela Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) do município tem por objetivo valorizar o comércio local. O diretor executivo, William Santos, explica que neste momento, mais do que nunca, levar os batistenses a refletirem as ações e encorajá-los a investir em São João Batista é a missão como entidade.
Para reforçar ainda mais o tema, foi criado o movimento #VALORIZESJB. “O objetivo é que nossos associados divulguem seus negócios por meio da hashtag #VALORIZESJB nas redes sociais. E, que os consumidores façam parte do movimento, comprando do comércio da nossa cidade. Estamos criando ações digitais também disponíveis em cdlsaojoaobatista.com.br/covid”, destaca.
Falta de planejamento
Na visão de Santos, o decreto do governador Carlos Moisés da Silva já não possui mais lógica, com proibição de atividades empresariais, principalmente aos pequenos e médios varejistas. “Esses possuem um grau de risco de contágio da covid-19 muito menor do que grandes empresas, como rede de supermercados, redes de farmácias, postos de combustíveis, e até a indústria, que desde o início do isolamento social não tiveram as atividades econômicas paralisadas”, avalia.
Ele acrescenta que, infelizmente, a falta de planejamento estratégico do Governo do Estado está trazendo inúmeras consequências para empresários, colaboradores, fornecedores, gestão pública municipal e para o próprio estado. “Fazer isolamento total de uma cidade sem nenhum caso de coronavírus é um ato de segregação”, afirma.
Entidade se manifesta
A CDL de São João Batista tem buscado meios para chegar ao governador e ser ouvida. Inicialmente, a entidade enviou ao governo ofícios redigidos pelo presidente Anderson Marchi, afim de entoar uma súplica ao governo. “O comércio não pode manter-se de portas fechadas. Este apelo vem de 256 vozes, este apelo vem de várias famílias que dependem disto para sobreviver”, dizia a carta.
Com o fortalecimento das mídias online, especialmente redes sociais, a CDL tem divulgado as solicitações para o público. No site da entidade também há uma página com todas as movimentações em prol de São João Batista e contra a Covid-19.
“Precisamos fazer nossa voz chegar lá [no governo]. Não é nossa intenção fazer algo para prejudicar a saúde das pessoas. Mas precisamos achar uma forma de abrirmos às portas com todo cuidado”, diz Santos.
Ele ressalta que os lojistas precisam receber, os estoques precisam girar, e as pessoas precisam trabalhar.
Páscoa prejudicada
As vendas de Páscoa, que tinham grande expectativa de melhora para o setor, sofrerão muito com o decreto, principalmente para as empresas de confecção, calçados, acessórios, entre outros.
As lojas de rua que vendem chocolate foram autorizadas a vender, então conseguirão minimizar os impactos gerados pela covid-19. Porém, Santos afirma que ainda é insuficiente. “Muitas empresas neste momento estão utilizando estratégias de vendas por delivery e teleentrega, que já foram autorizadas pelo governador. Com isso, as empresas vem construindo uma nova experiência de relacionamento e consumo com o consumidor final”, diz.
Ainda assim, a entidade entende que não será a mesma Páscoa de 2019 ou até superior como havia sido projetado para este ano.
Impactos incalculáveis
A CDL ainda não conseguiu contabilizar os impactos reais que o comércio local terá assim que reabrir, devido as movimentações diárias no mundo empresarial.
O diretor executivo da entidade lembra que quem compra do comércio, na maioria das vezes e, principalmente, em São João Batista, são os colaboradores que trabalham para a indústria. “Desta forma, com a indústria trabalhando em capacidade reduzida com funcionários em férias ou demitidos, automaticamente nos faz pensar que nosso polo será atingido por três ondas”, destaca.
A primeira, segundo Santos, já está sendo a covid-19. A segunda será a economia mundial e nacional, e a terceira será a falta de investimento local, levando ao desemprego e a insegurança, tanto pública, quanto empresarial. “Esta é uma visão realista, mas acredito na força do povo batistense e poderemos sair destas ondas rapidamente se juntos darmos as mãos e pensarmos na sociedade, que vive e depende tanto da saúde, quanto da economia”, avalia.
Ele pontua ainda que é necessário encontrar um equilíbrio por meio do diálogo entre especialistas de diversas áreas. “Caso contrário, ficamos sujeitos a miopia na administração pública”.