Janderson Crispim (2º ano E.M.)
Era comum que Sebastião plantasse sua roça de fumo, esperando tirar bastante lucro sobre ela. Algumas vezes, o tabaco, um produto agrícola tão apreciado no passado, aumentava de preço repentinamente. Há décadas atrás foi muito vendido como fumo de corda por alto preço e sempre exportado.
Em certo ano de sua vida como agricultor, Bastião estava ansioso pelo grande lucro que estava por vir com a chegada da colheita daquela safra. Certo dia, ao acordar pela manhã, cedo foi trabalhar. Era um dia de verão muito quente. Bastião trabalhou com a impressão que no final da tarde iria chover.
Naquele dia choveu mesmo. Nessa região as chuvas abundam de dezembro a junho, e no verão, durante semanas inteiras, pela tarde, desabam aguaceiros com relâmpagos e trovões, acompanhados de granizo, que destroçam plantações.
Bastião, no dia seguinte a tempestade, foi para a roça capinar as vergas e viu que a chuva tinha acabado com quase metade da sua plantação. Ficou desesperado porque o fumo iria perder qualidade e ser recusado pelo comprador de sua safra, onde havia investido todos os seus recursos financeiros.
Como previsto, na época de vender o tabaco, o dinheiro recebido só deu para pagar as dívidas que tinha feito com os insumos: veneno, ureia e adubo. Sebastião, naquele ano, precisou procurar outra atividade para conseguir dinheiro para alimentar sua família. Foi para longe de sua família, para viver uma realidade longe da roça, coisa que nunca havia passado na vida.