Thamy Coelho Deonisio – 8º ano
Nem sempre a totalidade dos brasileiros teve o direito de escolher seus representantes. Aos poucos, os mais pobres, as mulheres, os negros, os indígenas e os adolescentes foram conquistando esse direito com muita luta. Em época de eleições, na Colônia, muita gente passou por grandes dificuldades para poderem chegar aos seus locais de votação. Muitos precisavam ir até sessões eleitorais distantes, mas como se tratava de um direito que até bem pouco tempo, lhes pareciam distante, as pessoas sempre davam um jeito de participar. Exemplo disso estava quando moradores da Colônia se deslocavam para votar em Domingos Correia, localidade distante para quem precisava se deslocar caminhando.
Conceição Pera Sardo era eleitora na localidade, e em uma manhã do ano de 1954 saiu, de sua casa na Colônia, com seu filho, o pequeno José, para exercer suas obrigações eleitorais. Chovia muito naquela manhã. Nessa época, quando a região ainda fazia parte do município de Tijucas, as estradas que ligavam as localidades do Distrito de Tigipió não eram boas. Conceição e seu filho precisavam passar por um pasto, atravessando dois ribeirões para chegarem a Domingos Correia.
Ao atravessarem o primeiro ribeirão por um pontilhão, ventava muito, e como o caminho era estreito, a mãe seguia em frente e o pequeno José logo atrás, segurando seu guarda-chuva. O vento forte carregou a sombrinha da criança, derrubando o pequeno José na água. Uns quinze metros à frente, a mãe notou a falta de José que a seguia, virou-se para trás e começou a procurá-lo. Nada do menino, só via o guarda-chuva. Saiu então em desespero a lhe procurar. O pequeno José, a mãe encontrou as margens do ribeirão, parecendo estar afogado. Conceição agiu rápido, conseguindo reanima-lo parcialmente, e com ele nos braços correu até a casa de sua mãe, a avó de José.
O pequeno quase “se passava”, e por falta de conhecimento, Conceição e sua mãe, tentavam ações que não estariam resolvendo. A situação só muda quando o tio de José ergue o menino pelas pernas, e com o solavanco, faz o que restava de água nos pulmões, escorrer pela boca do menino. Passado o susto, ficaram as lembranças daquele dia de votação, e que quase se findou com uma tragédia