Cailany da Silva (2º ano E.M.)
Antigamente se contavam muitas histórias de bruxas, mas a maioria das pessoas duvidava delas. Essas histórias iam desde quando cortavam as “barbas” das borboletas e no dia seguinte apareciam mulheres com os lábios cortados. Até as que envolviam tranças nas crinas dos cavalos que eram impossíveis de desfazerem.
Calinho era uma das várias pessoas que duvidavam, mas que acabou acreditando depois que teve um encontro amigável com uma delas.
Certa noite, sua filha Carla, ainda bebê, estava com cólica. Aparecida, sua esposa, passou alho no bebê e nela, e também, colocou uma tesoura aberta debaixo do travesseiro da criança. Ela acreditava em rituais como esses, para afastarem esse tipo de moléstias. Calinho não quis acompanhar o costume, e não passou alho por desacreditar na presença das bruxas entre os vivos.
Durante a madrugada, Aparecida acordou Calinho sendo sufocado pela maisena que foi tirada de um pacote deixado ao lado da cama (o produto era utilizado para a cura de assaduras de bebês). Aparecida teve a percepção de que uma bruxa havia enchido os olhos do homem de maisena, e agiu prestando socorro ao esposo.
A bruxa saiu de cima dele e foi até uma estante, derrubando todos os troféus com o nome de Calinho. A feiticeira deixou somente os objetos de Aparecida no lugar, pois ela sempre respeitou esse mundo “mágico” que ronda a antiga Colônia e as localidades que se formaram aos seus arredores.
Nas comunidades do distrito de Tigipió, a figura da bruxa sempre foi associada ao se lidar com temas e questões ligadas as doenças e a outros fenômenos cotidianos. Ruídos de todo tipo, barulhos estranhos e a insegurança perante a natureza desconhecida, sempre foram algo propenso a ser relacionado ao mundo da magia.