Vinicius Peixer
As histórias no interior correm de boca em boca, e na comunidade de Arataca, não é diferente. No início do povoamento da região, que ficava aos fundos da antiga Fazenda Boa Vista, poucas pessoas moravam por ali, e todas trabalhavam na agricultura. Havia alguns cafezais na localidade, em um deles, na localidade de Lua, em noites de lua cheia, as pessoas costumavam ver uma cruz alta, com uma ponta iluminada. Todos tinham muito medo de passar por ali, já que no passado as estradas eram completamente escuras, não havia iluminação pública.
No decorrer do tempo, as pessoas foram ficando curiosas e passaram a fazer suposições sobre o que poderia ser. Não demorou muito para descobrirem que aquilo que os assustava era nada mais do que dois bambus amarrados em formato de cruz e um catuto com buracos, representando os olhos e a boca. A lua iluminava o local e a imaginação fazia com que o medo tomasse conta das pessoas que por ali passavam.
O local, onde estava “instalada” a tal assombração, pertencia a Nelson Vargas, um cidadão que gostava muito de roda de viola, boi de mamão, e de outras atividades culturais muito comuns na região. Nelson, também se divertia ao assustar as pessoas que por ali andavam, pregando peças fingindo ser alma penada. Segurava as bicicletas dos que ali passavam na escuridão ou subia de repente no bagageiro e dava tapas de leve só para assustar. E foi assim, que muita gente viu “coisas de outro mundo” em Arataca.