Luiz Alberto Maçaneiro (2º ano E.M.)
Um dos moradores da localidade de Arataca, Antônio, tinha um vizinho. Possuíam uma relação bem próxima, principalmente porque os dois homens, provedores de suas famílias, eram amigos da época de plantio e colheita de fumo. Ambos trabalhavam na roça desde pequenos, como grande parte dos moradores da localidade.
Certo dia, um dos compadres queria plantar uma pequena roça de mandioca ao lado da casa, e decidiu carpir o terreno. Levou uma enxada, com o cabo um pouco quebrado, e um enxadão. O amigo lhe viu trabalhando e foi lá cumprimentá-lo. Notou que ele pisava e fazia buracos no terreno. O amigo de seu Antônio, avistando-o naquela situação, ficou curioso. Por isso, foi perguntar se ele iria dividir a mandioca com ele, já que trabalhava em seu terreno. Antônio ficou sem entender nada, pois ele é quem estava plantando ali. Logo disse ao amigo que não, justificando que plantava em seu próprio terreno, mas que mesmo assim, poderia doar uma ou duas raízes ao amigo.
Os dois se olharam e começaram a discutir sobre quem era o dono da terra. Como as famílias eram de moradores bem antigos na localidade, compartilhavam do conhecimento de que os terrenos eram divididos somente entre pais e filhos. O terreno de Antônio há muito tempo estava com a família, onde sempre morou.
Devido a esse tipo de herança informal, nunca se importou com o fato da propriedade não estar documentada, pois aos arredores, só havia moradores membros da família e de conhecidos.
Um bom tempo depois, quando o vizinho e amigo de Antônio faleceu, a família descobriu durante a repartição das terras com os filhos, que o terreno onde Antônio morava e plantava não era dele. Estava documentado em nome da outra família, a do vizinho.