Juliano César
Em uma noite de confraternização, o batistense radicado em Florianópolis, mas que cotidianamente ‘está na terrinha’, Aloizio Paulo Cipriani, lançou a primeira obra literária de sua autoria, no sábado, 14, no salão de eventos da Capela Sagrada Família, no bairro Cardoso, em São João Batista.
Com 200 páginas e editado pela Insular de Florianópolis, o livro é uma coletânea de artigos publicados no Jornal do Vale, no período compreendido de 1984 e 2002.
De acordo com o autor, o foco das matérias foi mantido no contexto da época da publicação, com algumas adaptações, complementos, para não se reproduzir eventuais inadequações devidas ao tempo decorrido.
A obra é dedicada aos pais, in memoriam, Paulo Júlio Cipriani e Maria Sartori Cipriani, pessoas simples, que transmitiram aos filhos os valores do trabalho, da honestidade, da independência e com muito esforço possibilitaram uma melhor formação pessoal, em relação a eles.
Nas páginas do livro, o leitor faz uma verdadeira viagem no tempo, com reportagens e fatos sobre política, economia e esportes de São João Batista. Também há espaço para as personalidades da cidade.
Japonês Andarilho
É o caso do Japonês Andarilho, que nas décadas de 1980 e 1990 vivia a peregrinar pelo Vale do Rio Tijucas. Ele acabou sendo atropelado no bairro Rio do Braço aonde veio a falecer. “O Japonês passava cabisbaixo, quer fizesse sol quer fizesse chuva. Sobretudo de sacos plásticos, com bolsos grandes. Conversava com pouquíssimas pessoas e tinha lugares certos para apanhar os alimentos, dormir e tomar banho”. Até hoje, a história desse Japonês intriga as pessoas da região.
Padre Edgar
Outra entrevista interessante com o padre Edgar de Oliveira. “Foi polêmico nas suas homilias longas, político, perseguido sistematicamente pela ditadura militar”, destaca a obra. Padre Edgard deixou saudades ao povo batistense e uma longa história voltada aos mais necessitados. Com certeza, uma das grandes personalidades da terra do calçado.
O maior desportista
Tomaz Caetano Rita Filho é lembrado como “o maior desportista de São João Batista”. Aloizio Cipriani escreveu um artigo em que destaca o legado do seu Tomaz, não somente a frente do Usati Social e Recreativo, mas também como fundador da Sociedade Recreativa Banda Musical.
O futebol do Usati
Ainda no esporte, ele memoriza a história do Usati no futebol regional. “Uma sintética história dos quase 50 anos de sua existência. A história de nosso futebol regional e, com certeza, dos maiores clássicos regionais. Evidentemente foi um time de empresa e durou enquanto durou a empresa, se extinguindo basicamente com ela”. O autor lembra os clássicos regionais com o Tiradentes de Tijucas e o Humaitá de Nova Trento. E, claro, não poderia faltar o clássico local com o Comercial.
Economia local
Os momentos econômicos de São João Batista são lembrados, tanto com a atuação da Usina de Açúcar Tijucas (Usati), quanto o início da profissionalização do setor calçadista, hoje mola propulsora da econômica local. Com o título de ‘Ouro Negro do Progresso’, ele escreveu uma sátira da “poluição que a Usati promovia do Rio Tijucas, com resíduos industriais de vinhoto no rio e cinzas nos ares da cidade, assinada com pseudônimo de ‘Sujinho’.
Setor Calçadista
Com o título ‘São João Batista 65 anos de tradição em Calçados’, faz uma análise da história do calçado, com suas perspectivas e dificuldades que enfrenta ao longa de sua história.
Primeiro Prefeito
Também há entrevistas com políticos, dentre elas Gentil Silva, o primeiro prefeito da cidade. A entrevista foi publicada em 1987, época em que Silva tinha 73 anos. Foi nomeado prefeito pelo então governador Heriberto Hülse.
Sobre o autor
Natural de São João Batista, Aloizio se formou em Técnico em Contabilidade (CESJB), Engenharia Química (UFSC) e Bacharel em Direito (UFSC). É pós graduado Lato Sensu pela Escola de Magistratura de Santa Catarina. É Especialista em Processo Civil (UFSC) e Especialista em Direito Previdenciário (UFSC). Foi fundador e articulista do Jornal do Vale e colaborador de tantos outros jornais pela região. É casado com Rosana Walter Cipriani e tem dois filhos.
Onde adquirir
O livro poderá ser adquirido na Rua Otaviano Dadam, 180, sala 01, em São João Batista, com Viviani Maria Cipriani. O valor da obra é de R$ 50.
