Amanda Ághata Costa – Escritora
Não me segure se você não tem a menor intenção de ficar. Assim, eu ainda me prendo a você, enquanto me dá as costas e segue seu próprio caminho sem me incluir em nenhuma parada dele.
Não me diga palavras bonitas da boca para fora se você não tem realmente intenção de dizer essas coisas. Assim, eu me iludo achando que seus sentimentos por mim são igualmente bonitos e especiais, quando não passam de ilusões baratas, que não tem futuro algum a oferecer.
Não me faça acreditar que dessa vez será diferente e que não vai continuar me magoando com ações impensadas, se você sabe que não, não tem vontade nem um pingo de interesse em agir de uma forma justa comigo. Assim, enquanto se diverte nas noites afora, não leva consigo um pedaço de mim, e ainda por cima destrói um outro pedaço meu na sequência.
Não me dê esperança de que ainda há amor e espaço para nós, quando tudo o que você demonstra me leva a crer que nunca existiu de fato um nós. Assim, pensando só em você e em seus prazeres, jamais teve tempo para pensar no que isso me causaria e em como eu iria me sentir, só existia você e sempre iria existir só você. Eu que fui tola e cega de amor, quando sempre esteve bem nítido que jamais houve um espaço real para mim no seu coração.
Não me dê algumas esmolas de afeto achando que isso basta, que eu aceito qualquer vintém de atenção sua, porque isso já chegou ao fim. Assim, comigo dando um basta nesse jogo sujo que você jogou por tempo até demais, eu me dou enfim um espaço para mim mesma, para me amar, para me cuidar, e para fazer por mim o que você jamais um dia poderia fazer no meu lugar.