Maria Beatriz Dalsasso Côrte
O frio, apesar de surpreendente em encantos, nos faz sofrer, adoecer, quando pensamos em tantos irmãos e irmãs, que fazem das ruas, suas moradas arriscadas.O frio nos convida a mais movimentos. Mais práticas, mais talentos, na força de um povo, que se consagra nosso grande ministério.
Elitizar todo o povo, para a arte de comunicar todas as suas necessidades,é garantira cultura, que precisa bater na porta de todos. Nos convida a mais proximidades, contatos físicos ? (É proibido , diante desta pandemia)Abraços? Nem pensar. Encontros com distanciamentos sociais seguindo os protocolos sanitários. Imunizar-nos em todos os sentidos, glamourizando vestuários elegantes, gastronomias típicas, e banhos de sol, em dias iluminados, no azul de um céu, que nasce mais tarde, e se despede mais cedo.
É o anúncio de um inverno, nesta estação, outono, nos chamando a inventariar as roupas que nos sobram, e tantos patrimônios mais, esquecidas nos armários, para transferi-las a outros, sem quase nada, arrepiados de frio, atenção e auto- estima, no calor de uma célula social, que chamamos de “família”.
Na arte de observar a sociedade, palcos da vida, que estarão sempre em cenas, das mais caóticas, e freqüentes condições, assistimos uma periferia, que não quer apenas, nossa esmola, ou nossas migalhas.Precisam desarmar-se de suas violências, e acreditar na ternura, de recomeçar, mesmo que seja tarde.
Nossos distanciamentos geográficos, nos unem inversamente nas mesmas aspirações. Perdas de nossos entes queridos,precisam ser vencidas por nossas coragens diante da vida, em buscas de resultados promissores. Escutar a voz dos vulneráveis, que fizeram das ruas, suas moradas, devem ser por todos acolhidos.
Nossos irmãos invisíveis,esperam de nós , a acolhida de suas histórias, seus anseios, medos, perdas,…. nos direitos,que um dia, “não sei porque”, foram perdidos.
Reencontrar os papéis de verdadeiros cidadãos, é elevar nossas capacidades culturais, de artescantadasnas praças, nas roças, praias, e planaltos,como as mais essenciais liturgias, que acordam os anjos celestes, para afinar os palcos da vida.
A estação que se aproxima, e a chamamos de inverno, vem nos convidar, a unificar nossos sonhos, no calor de frutíferas realidades, justas e merecidas, por todos nós.
Lembrar sempre de Herbert Souza, popular Betinho, que criou a Fome Zero, e a política da cidadania, correu o Brasil, mesmo doente, debilitado, lutando pela Cidadania, fora um dos primeiros brasileiros, a advogar em favor das organizações não governamentais, lutando incansavelmente pelas Ações de Cidadania.
Uma entrega nunca vista, por nosso país, jamais se corrompera em encher os bolsos de incalculáveis salários, como hoje vimos, até nossos conceituados e respeitados artistas, inflados de seus egos, indiferentes a um país que geme por trabalhos , saúde e educação.
Uma das tantas verdades, que Betinho, nos deixara: “ A alma da fome, é a política”. Que tenhamos olhos para ler, boca para falar, ouvidos para ouvir.
Aquecer o frio, depende do compromisso de todos. Sejamos pobres na riqueza, e ricos na pobreza.