Outubro se abre neste país tropical, onde o sol, como astro protagonista, vem nos avisar que o sorriso não pode morrer nos lábios deste povo que todos os dias arriscam suas idas e vindas nos destinos que os levam aos compromissos mais nobres de suas histórias existenciais, chamadas de trabalhos. Correndo riscos desta esquizofrenia coletiva, onde a pressa irracional,o consumo exacerbado de uma ganância sem medidas, ostenta as classes mais invejadas, chamadas de celebridades, assediando nosso proletariado, a seguir, muitas vezes, sem refletir onde poderemos chegar.
E o ano avança em largos passos, no compasso de um final que nem sentimos passar, para tudo de novo começar.
A criança que esqueceu de brincar, pular cordas, correr nos campos, contar histórias, soltar gargalhadas mil, abraçar papai e mamãe, entre irmãos, vizinhos e tios, onde o calor da família nutria uma infância plena de brincadeiras, momentos lúdicos que jamais se apagarão de suas memórias.
Nas sombras das goiabeiras, laranjeiras, jabuticabeiras, saborearam as frutas mais doces e saudáveis, que a vida as poderia oferecer.
Hoje resta apenas uma indústria de conservantes, químicas patológicas, que os intoxica de produtos prontos, na solidão de quatro paredes, uma internet, um celular, informações globais de um mundo hostil, onde o sentido real de uma bela família, professores respeitados, habitados ao respeito, diminuíram na essência. E hoje, a criança que pede sorrisos, encontra dias cinzentos, frios, porque o tempo se faz distante e os pais, desmotivados, esqueceram de amar e caminhar com seus filhos.
Ganhar um mundo de felicidades é caminhar no meio de um lar, onde irmãos crescem e aprendem a viver em sociedade. Sociedade que começa em lar. Um simples e amado lar. Um lar capaz de amar.
Sorrir sempre. Mesmo que a chuva, com lágrimas, caiam sobre nossos telhados, o sol não deixará de brilhar.
A criança que mora em você pede seu sorriso e seus mais belos e maravilhosos sonhos.
Para que grandes realidades se tornem vivas é necessário deixarmos abrir todas as janelas de nossos sonhos.
A criança que mora em você, não pode morrer. Ela depende apenas de você.