Aos poucos o setor calçadista de São João Batista recupera a força de produção e vendas, que foram desestabilizadas devido à repentina parada por conta da pandemia do coronavírus.
Porém, durante a retomada gradual, as empresas começaram a enfrentar outra dificuldade com a falta de abastecimento de matéria-prima, como para produção de solados, papel pardo para reforçar as caixas com corrugado, papel seda para embalar os calçados, entre outros itens.
O presidente do Sindicato da Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb), Almir Manoel Atanázio dos Santos, ressalta que além dessa problemática, teve um grande aumento nos preços de tudo, justamente devido à escassez dos produtos, e ainda com o aumento do dólar.
“Hoje nosso problema não está sendo as vendas, porque o lojista já está comprando novamente, mas sim com o abastecimento de matéria-prima para produção e embalagem dos calçados”, reforça.
Apesar disso, o setor está ansioso por 2021 e com grandes perspectivas de melhora, especialmente após a vacina da Covid-19.
Participações em feiras canceladas
Além de cancelar a 30ª edição da SC Trade Show, que ocorreria em novembro, em Balneário Camboriú, o Sincasjb, em conjunto com os empresários, decidiu não participar da Zero Grau, em Gramado, que ocorrerá em meados de novembro.
Cerca de 20 expositores do município não participarão da edição deste ano levando em consideração as mesmas motivações do cancelamento da rodada de negócios do Sincasjb: a pandemia.
“Para cancelar a SC Trade Show, realizamos uma pesquisa com os clientes e a maioria achou prudente a não realização, até por conta das tantas restrições que ainda precisamos seguir. E, com isso, tomamos uma decisão em bloco para não participarmos também da Zero Grau”, explica Santos.
Ele ressalta que os investimentos para participar de uma feira são altos e, devido à pandemia, muitos clientes afirmaram na pesquisa que não participariam tanto da SC Trade como Zero Grau. “Desta forma, o resultado para os expositores não seria favorável”, ressalta.
Para o presidente, com a pandemia, o setor calçadista começou a olhar mais de fora para dentro, se uniu mais, tomando decisões em conjunto. “Isso é fruto também de um trabalho que o próprio sindicato vem fazendo junto aos associados”, afirma.