O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb), Almir Manoel Atanázio dos Santos, participou, nesta sexta-feira, 27, de uma transmissão ao vivo, juntamente com o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.
O vídeo foi transmitido pelo Facebook da entidade e do empresário. A transmissão teve mais de 300 mil visualizações, e trouxe como tema central: Covid-19, a paralisação e seus impactos na economia.
Santos apresentou os dados de demissão nas empresas do setor calçadista em São João Batista, em que mais de 1,2 mil pessoas ficaram sem os postos de emprego.
Hang trouxe informações também do setor calçadista de todo Brasil, em que 1,5 milhões pessoas atuam em empresas de calçados, e em uma semana, aproximadamente 220 mil ficaram desempregadas.
Os empresários destacaram as medidas do governo estadual, como a paralisação geral do comércio, o que afetou diretamente as indústrias. Na visão de ambos, a decisão foi precipitada e os reflexos já estão aparecendo na economia.
Hang avalia que o isolamento deveria sim ocorrer, mas não de forma horizontal, e sim vertical, isolando as pessoas em grupo de risco, tomando medidas preventivas, sem impactar a economia do país.
Retomada do setor
O presidente do Sincasjb ressalta que, agora, até o setor calçadista voltar à normalidade, demorará cerca de 90 dias. “Todos os empresários e comerciantes levaram um baque muito grande porque ninguém teve uma preparação para parar. E com isso, a primeira reação dos varejistas foi cancelar pedidos. Agora estamos com tudo parado, e até reagir novamente vai demorar. Poucos terão condições de aguentar três meses sem faturamento para cobrir as folhas de pagamento”, diz.
Santos ressalta que muitas empresas já vinham tentando se recuperar de um momento difícil, e não conseguirão sobreviver. “Minha preocupação não é comigo, mas sim com as decisões que o governo vem tomando e afetarão a todos. Estou aqui representando uma classe empresarial, com aval da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), porque eu quero o bem para minha cidade e população. Quero que o país cresça”, afirma.