Dr.Wilian Duarte da Silva
Nas canhadas da vida, entre altos e baixos, de retas e curvas, de ângulos e planos, o homem como ser da criação ou espiritual, tende a se conduzir pelos caminhos do bem, da prudência, da lealdade, da confiança e retidão. Em seus alicerces se fundamentam a personalidade, os princípios éticos e morais, os comportamentos que irão traçar seus destinos. Seja, por respeito, amizade, bondade, carisma, tolerância, magnanimidade, além de outros predicados. Com essas qualificações, passo a escrever sobre um homem de passado recente, que contribuiu para a cidade batistense. Reporto-me a um amigo que deixou lacuna e grande saudades – Hermenegildo João Zunino, conhecido popularmente por Piloto Zunino.
Não foi por acaso, que predispus a citá-lo em livro de minha autoria (A Emancipação de São João Batista), como integrante da história municipal. Repito o que disse alhures, por seu feito histórico, jamais será esquecido.
Homem simples, correto, de liderança inconfundível, de conversa fácil, espirituoso, risonho, sempre contente com os desígnios da vida. Não se via reclamar. Perseguia na sua vida política e pública, o que era bom para o povo. Nunca teve inimigo político. Considerava seus adversários, se é que teve, como companheiros para as causas importantes de interesse comum.
Foi vereador do município de Tijucas, para legislatura de 1955 a 1959, representando o Distrito de Tigipió, em eleições realizadas em 03 de outubro de 1954. Eleito pelo Partido Social Democrático (PSD), com 358 votos. Nesse período, foi criado o município de São João Batista e instalado 19/07/1958, graças também, a sua participação. Na esteira desse processo político, devo ressaltar a sua independência na hora que o município precisou. Esclareço, os vereadores seguiam orientações partidárias. O prefeito de Tijucas era Walter Vicente Gomes, e comandava o PSD. Como se posicionou contrariamente a criação do município de São João Batista, os edis Piloto Zunino e Sinésio Duarte, seguiram a linha emancipacionista, não obedeceram, o comando partidário. Foi de autoria deles, o Projeto de Resolução nº 4, de 21 de maio de 1957, envidado a Câmara Municipal de Tijucas que deu origem a criação do município.
Nessa saga emancipacionista que durou mais de ano, sua posição a favor da criação, foi sempre a mesma, coerente em seus princípios basilares de independência. Sua manifestação de apoio ao povo se refletia em abaixo assinados e voto na Câmara Municipal. Não se quedava diante das pressões de mandatários de seu partido. Gesto salutar e de singular importância. Parlamentar de espírito público, obstinado das causas batistenses. Sempre ao lado do povo, abandonava as questiúnculas impróprias e descabidas, que não condiziam com os sentimentos populares.
No capítulo da sua liderança política, destaco sua participação na primeira reunião da Aliança Renovadora Nacional (Arena), em 22 de julho de 1066, quando tornou-se Vice-Presidente do Diretório Municipal. Este evento contou com as presenças do Dep. Mario Olinger, Dep. Walter Vicente Gomes, Nelson Zunino, Sinésio Duarte, Gentil Silva, Caetano Rita Filho, Abelardo Geraldo, Leopoldo Campos e tantos.
Recordo com clareza solar os nossos trabalhos partidários na formação da nova agremiação política. Sempre atento a tudo e a todos. De semblante risonho, expressava sua personalidade, com simplicidade e dignidade ímpar, de homem correto, honesto, leal e trabalhador. Merecidamente, foi contemplado pela sociedade, através da Câmara Municipal, com nominação de rua nas imediações da antiga Banda Musical, na cidade baixa.
Na trajetória profissional, destacou-se como notável funcionário da Usati S/A, por décadas, até o tempo da sua aposentadoria. Católico fervoroso. Homem de princípios cristãos e amante da família. Escrevendo esse tema, sobre o que assisti ou vivenciei no curso da sua vida, nada me resta, a não ser agradecer, pela marca dignificante, deixada a nossa gente.
Aos leitores, o nosso abraço.