Wilmar Wuermath
O artigo reflete a opinião do autor
Induzidos e convencidos por conhecer a vida alheia sem sentidos, do passado, presente e futuro, julgando e concluindo o seu próprio sentido de viver nestas pressuposições, jovens se abandonam descolados e abstidos de pensamentos, sentimentos e ações mais úteis e complexos. Não tem nada mais útil a governos totalitários e corruptos justificar à pedidos destes jovens, a liberação de drogas, (hoje maconha, não vai parar por aí), satisfeitos de barriga vazia, e a cabeça cheio de fantasias, ilusões e alegrias do instante que os efeitos duram. Não encontro descrição como se passa o espaço entre este extasse total e o vazio da outra ponta.
POEMA – O INVERSO DA VIDA
”Como peça fabricada, sentindo o dever. Imposto pela mídia, a coletividade de consumo, as regras do viver. Tudo é lei para obedecer. Do vestir ao comer, do sentir ao sofrer. Navegando com a vida, contrário ao querer. Sentindo a angustia do erro, e nada poder fazer. A vida já decidida, nada para escolher. Um laço no pescoço, um nó no pensamento. E cada suspiro, mais e mais lento. Apertando a corda na garganta, até o dia de morrer…”
Preencher os vazios das lutas, dos objetivos, dos compromissos, das responsabilidades, com bobagens, vida fácil do bar, da festa e do carnaval, e preencher o espaço vazio com maconha. O plano tá perfeito. A pedido dos jovens, governos só assinam, mas e o antes?
No Brasil, uma geração inteira, (e deverá se estender às próximas gerações), o jovem, vendo o Estado roubando suas ideias, seus sonhos, sua voz, sua opinião, seu dinheiro (de forma legal e ilegal), criando sem parar uma dependência cruel, uma silenciosa escravidão de todos, sustentado por mentiras nas quais nem um acéfalo acredita, mas contrário e alheio à nossa opinião, as ações do Estado chegam a nós com base nessas mentiras, que afetam nosso caráter, nossa idoneidade, penetram no nosso bolso e na nossa alma como um estupro coletivo à nossa dignidade.
Na cesta básica deste Estado, a maconha é item obrigatório, segundo a filosofia do poder. O bálsamo da enganação, da ilusão, da pacífica submissão, da silenciosa aceitação, onde as ameaças democráticas são justamente as ameaças para as ditaduras.
Cria-se assim, uma geração inteira de cidadãos exploradores, aproveitadores, usurpadores das coisas alheias, por um mau exemplo que vem de cima.
O céu já era o limite. Hoje acima de nós paira a treva. Nuvem negra fechada, que somente uma tempestade pode dissipar. Mas enquanto a tempestade não chega, vivemos nestas sombras dos nossos pensamentos, nossos projetos, nossos sonhos e planos futuros.
Os ventos morais são muitos e ainda vão aumentar esta escuridão dos céus. Os ventos terrais são poucos para soprar esta sujeira todo para os oceanos, e mesmo que fossem capazes, a sujeira, uma vez criada, está presente na terra ou no mar.