Juliano César
Duas queijarias que fabricam o queijo Diamante receberam na tarde de sexta-feira, 24, o Selo de Inspeção Municipal (Sim), o que permitirá a produção e comercialização do queijo artesanal de leite cru. A entrega e assinaturas do Sim foram realizadas na localidade do Diamante, distante a 40 quilômetros do Centro de Major Gercino.
O evento ocorreu nas dependências da Queijaria Vô Ipa, de propriedade da família de Marcelo Schlichting. Outra queijaria que também está liberada para produzir legalmente é a de propriedade de Valdecir Marchi, em Barra Negra, ele que é o secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.
O ato teve a presença de autoridades municipais. Entre elas, o prefeito Valmor Pedro Kammers, o Valmor do Pita, a vice-prefeita Viviane Booz Ferreira, secretários municipais, além do presidente da Câmara, Augustinho Orlandi, os vereadores Edson Rubik, Áurea Maria Otto Liceski e Hilberto Arnoldo, o Beto. “É um dia importante para todos os produtores de leite e, especialmente, as queijarias aqui da região do Diamante. Agradecemos a todos os envolvidos”, destacou o prefeito.
Quem também acompanhou o ato foi o deputado federal Fábio Schiochet e o assessor do deputado estadual João Amin, ele que foi o autor do projeto na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, ao qual possibilitou a legalização do produto.
O presidente da Associação dos Produtores e Agropecuaristas de Major Gercino, Ernande Stolarczk também discursou sobre a importância do Sim, que vai possibilitar a abertura de novos mercados ao queijo artesanal de leite cru.
Representantes da Epagri marcaram presença, em especial a gerente regional, Adriana Tomazi Alves, e o técnico local, Remy Narciso Simão. A presidente do Sindicato Rural de Major Gercino, Marlene Aparecida Ribeiro Fuck também esteve presente.
Sobre o produto
O queijo Diamante é um queijo de massa semi-cozida onde os únicos ingredientes são sal e coagulante (coalho). É produzido com leite recém ordenhado ou com leite da última ordenha do dia anterior, que é mantido refrigerado, misturado com o leite recém ordenhado da primeira ordenha do dia. As raças são diversas, mas há uma certa predominância de gado da raça Jersey. Sua salga é realizada diretamente sobre a massa, após a retirada do soro.
Os queijos são prensados manualmente com a ajuda de tecidos e geralmente colocados em formas de madeira de cedro de formato retangular de tamanhos variados. Cada peça possui em média 2k, podendo chegar até a 6 kg, de acordo com o gosto do produtor. A maturação (cura) é feita em temperatura ambiente sobre prateleiras de madeiras nativas, onde os queijos são virados e lavados periodicamente em água corrente.
O queijo Diamante possui casca amarela, com textura macia e sabor suave. As olhaduras (pequenas bolhas que se formam na massa durante a maturação do queijo) são provenientes da ação de bactérias propiônicas, que conferem ao queijo um característico sabor amendoado, além de qualidades nutricionais e fisiológicas especiais.
A maturação dura de 15 e 40 dias, tempo que depende da demanda do mercado no qual será comercializado: quando o produto é destinado às comunidades de origem italiana, a cura é mais prolongada, o sabor acentuado e a textura mais firme; enquanto as comunidades de origem alemã preferem o queijo mais fresco, com menos tempo de maturação.
Usos gastronômicos:
O queijo Diamante é presente diariamente no quotidiano das famílias desta região, consumido in natura durante o dia, acompanhado de café, doces, geleias, pães e quitandas. Também é utilizado na elaboração do pirogue (massa típica da tradição alimentar dos imigrantes poloneses, feita de farinha de trigo e ovos, recheada geralmente com batata cozida, queijo e temperos), como recheio de polentas e outros pratos da tradição local.