Maria Beatriz Dalsasso Corte
Nenhuma festa, em nenhuma época, foi, é ou será tão celebrada, refletida, conhecida, sentida, como a festa da Páscoa.
Páscoa, passagem de uma situação de conflito vazio, para a condição que o mundo sempre haverá de procurar: a plenitude que vem da fé, justiça e amor. Amor, gratuidade universal, estremecendo os raciocínios mais céticos, paralisando os corações mais endurecidos que estão cansados de sofrer.
Cristo, alguma força se iguala a Tua? Entre todos os mortais, nenhum rei jamais pensou como Tu, jamais falou como Tu.
Quem se atreveria em se apresentar como semeador da ressurreição, do novo jamais conhecido, expulsando os vendilhões do templo, dignificando a condição da mulher, julgada pelos próprios adúlteros, libertando do apedrejamento e da morte.
Estamos ainda longe de viver intensamente esta mística transcendente da ressurreição em Cristo. Temos muito que crescer como criaturas humanas e apaixonadas pela vida. Vida que gera vida. Vida curadora. Vida verdadeira, sem medo, sem tremor, que espanta os avarentos, e despede-se dos egoístas.
Exalta os humildes, pobres, explorados, doentes e excluídos, por cada gota que a cultura sádica de preconceitos nos colocou em nossas atitudes. Atitudes que enganam. Atitudes que nos matam. Atitudes que nos pedem a ressurreição em Cristo.
Este Cristo ressuscitado, muito maior que todas as igrejas, credos, e seitas que clama por unidade, antes de qualquer divisão.
E você, como celebrará a ressurreição em Cristo?
Feliz Páscoa. Vamos beber todos os dias de nossas vidas esta fonte inesgotável de fé e infinito, onde o amor é luz que ascende a caridade.
Feliz Páscoa. Sair da tristeza e cantar a alegria, onde até os anjos se contagiam.
Rasgar os velhos preconceitos para que todas as classes sociais possam se abraçar e sentir as aspirações de uma grande família.