Amanda Ághata Costa
Ninguém avisa que você vai ter que cair dezenas de vezes até conseguir se equilibrar nas próprias pernas. Ou na própria vida.
Ninguém avisa porque simplesmente ninguém escuta. Não importa o quanto tentem alertar sobre algo, é como se o tombo fosse inevitável. Sem ele, nada acontece.
Ninguém admite o quanto custa ter que admitir a verdade, pois todos estão mais preocupados em ter a razão, independente do preço, custe o que custar.
Ninguém se preocupa com as consequências das suas ações de hoje, porque não estão preocupados com o amanhã. É como se o futuro não pertencesse a ninguém e não houvesse com o que se preocupar. Apesar de no fundo saberem que não é bem assim, tem quem continue insistindo nos mesmos erros.
Ninguém vê o mundo com os olhos de quem se compadece pelo que nos espera lá na frente. Mesmo que nos digam que há mais do que possa ser visto, ninguém deposita sua fé naquilo que é invisível. Se não podem ver e sentir, é porque não existe.
Ninguém quer acreditar que há coisas inexplicáveis ao redor, porque ter o controle do que acredita é a única coisa que ainda resta a eles.
Roubar essa segurança é como tirar o chão debaixo dos seus pés. Ninguém quer viver sem se sentir seguro o tempo todo. A segurança vira comodismo, enquanto o desconhecido vira medo.
Ninguém está disposto a abrir mão dos seus medos em troca de um pouco de aventura e liberdade. Ser livre é para poucos. Muitos acham que a querem, mas ninguém está realmente disposto a se abrir para o novo.
Enquanto alguns pensam que o preço para essa liberdade é alto demais a se pagar, outros estão mais preocupados em não ter o que pagar se não tiver o que viver.