A segunda onda de coronavírus vem se mostrando mais forte a cada dia. No início da próxima semana, São João Batista, por exemplo, deve passar de 300 casos ativos, número bem maior do que o pico máximo da primeira onda, que chegou a 278 casos ativos simultaneamente.
A grande demanda de coleta de exames tem atrasado também a entrega dos resultados pelo Lacen/SC. Durante esta semana, somente de São João Batista, haviam mais de 300 casos suspeitos no aguardo da análise pelo laboratório.
A secretária de Saúde, Karin Leopoldo diz que não há como precisar quando ocorrerá o pico máximo dessa nova onda da doença. “Mas, nós acreditamos que devemos atingir um pico na semana que vem e depois deve se manter por algumas semanas no máximo”, analisa.
Entretanto, Karin afirma que não há previsibilidade de quando vai começar a reduzir, pois essa nova onda está se comportando de maneira bem diferente da primeira, justamente porque na primeira as pessoas estava mais assustadas, com mais medo e haviam mais restrições.
“Hoje as pessoas não acreditam mais no vírus, usam máscara, mas não se cuidam efetivamente, não fazem distanciamento, está todo mundo nas ruas e levam uma vida normal. Isso proporciona maior contaminação, sem dúvida”, comenta a secretária.
Preparação para fim de ano
Com a aproximação do período de férias e festas de fim de ano, o departamento de Saúde do município já se prepara para as novas demandas. “Vamos manter o Centro de Triagem aberto no fim de ano, fechando apenas nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro, e no fim de semana de 2 e 3 de janeiro”, detalha.
A secretária explica que tem tentado manter uma equipe ampliada de atendimento, porém os profissionais também estão ficando doentes.
“Nos organizamos para ficar com quatro médicos essa semana, mas uma já está com Covid, então conseguimos organizar só três. Então tudo depende de quantos profissionais adoecerão nesse processo e a minha capacidade de conseguir contratar na mesma velocidade”, comenta Karin.
Ela lembra que já está há dois meses com processo seletivo aberto para contratação de médicos. Eles abrem e fecham, e com isso não consegue completar as equipes.
Durante o período de pandemia, especialmente quando houve restrições mais endurecidas, o departamento de Saúde conseguiu se organizar e se estruturar melhor, segundo a secretária.
“Mantivemos sempre o CT aberto, reforçamos os estoques de medicamentos, de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), temos tentado restabelecer os atendimentos de forma gradual, e também editamos uma portaria do que pode ou não funcionar enquanto a classificação de risco estiver vermelha e quando estiver laranja”, destaca.
Média de imunidade
Apesar de São João Batista ainda não ter nenhum caso de reinfecção catalogado, alguns municípios já apresentam o histórico. Ou seja, já está comprovado que uma pessoa que pegou o vírus pode pegá-lo novamente.
Segundo a secretária de Saúde, a média do prazo de imunidade relatada tem sido de três a quatro meses.
Apesar dos novos casos estarem aparecendo de forma rápida, Karin afirma que o município não deve fechar nenhum comércio ou empresa. “Principalmente porque nem o Governo Federal ou Estadual estão se mobilizando para isso, então não serão os municípios, de forma isolada, que tomarão essas medidas”, diz.
Mudança de governo
Com a transição de governo, algumas mudanças devem acontecer nas diversas secretarias do município. Entretanto, a secretária acredita que, num primeiro momento, o prefeito eleito Pedro Alfredo Ramos, o Pedroca, não deve fazer alterações na Saúde, pelo menos não nos três primeiros meses.
“Muitos profissionais da Secretaria são efetivos, então não acredito que na Saúde tenham muitas mudanças. Talvez alguns dirigentes, mas também não está nada definido”, comenta.
Além disso, ainda não uma definição em relação à permanência da secretária no cargo. “Já houve conversa com o prefeito eleito durante o período eleitoral, mas depois da eleição não conversamos mais sobre isso. Eu desejo ficar, mas ainda não há nada concreto”, garante.