“A morte não é nada.Eu somente passei para o outro lado do Caminho.Eu sou eu, vocês são vocês.O que eu era para vocês,eu continuarei sendo.
Me deem o nome que vocês sempre me deram,falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou,o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos,agora que estou apenas fora de suas vistas? Eu não estou longe,apenas estou do outro lado do Caminho.
Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi”.
Santo Agostinho
Refletindo sobre o dia 2 de novembro, dia saudoso para todos nós que nos despedimos de pessoas importantes do nosso convívio, e prestamos as devidas homenagens, trago esse belíssimo poema de Santo Agostinho, muito difundido em diversas religiões, inclusive.
Esse poema nos remete ao pensamento da vida após a morte, ou simplesmente, a continuidade da vida, pois na visão espírita o que morre é nosso corpo físico. Nós, como espíritos, continuamos nossa caminhada em outro plano.
Nos traz a visão de que continuamos com nossas mesmas tendências, nossa personalidade, opiniões, amores e desamores.
Não tem sentido atribuir uma outra personalidade, um outro caráter à uma pessoa somente porque ela não está mais entre os “vivos”.
A morte é somente uma passagem, um momento em que todos nós iremos passar um dia, a única certeza da vida. Porém, ela não significa o fim de tudo e sim uma continuidade.
Nossos laços de amor jamais se perdem com a morte do corpo físico. Nós que continuamos na vida corporal temos o compromisso de seguir adiante, a vida continua sendo bela, como diz Santo Agostinho.
Quanto melhor lidarmos com a ausência física dos nossos entes queridos, maior a certeza do reencontro.
E a saudade? “A saudade é uma dor que fere nos dois mundos”, já dizia Chico Xavier. A saudade existe nos dois planos, material e espiritual. O que não devemos é nos deixar levar pelo desespero e esse é um grande desafio. Porém, a certeza da continuidade da vida e do reencontro com quem amamos deve servir de alento nos dias mais sombrios.