Que 2020 tem sido um ano atípico, todo mundo já percebeu. Mas, nem por isso, a fé de Rosineide dos Santos Stevanelli, 53 anos, ficou estremecida. Pelo contrário, foi buscando ainda mais a Deus que ela encontrou forças para erguer a cabeça e seguir.
Natural de Araruna (PR), ela mora em São João Batista há 14 anos, e 13 destes trabalha como sapateira na empresa Suzana Santos. Rosi, como é mais conhecida, veio para o município junto com o marido Sebastião Stevanelli, e os dois filhos Leandro, 27, e Alessandro, 25. “Foi aqui que criei meus filhos, tive oportunidade de emprego, e não penso mais em sair dessa cidade”, garante.
No Paraná, Rosi trabalhava como costureira de jeans, e ao mudar-se para São João Batista logo procurou por um emprego na área do calçado. “Quando vim na Suzana Santos para fazer a ficha, ouvi muitas pessoas dizendo que não conseguiria vaga. Já estou há 13 anos e pretendo ficar até quando Deus permitir”, comenta.
Inicialmente, Rosi começou como preparadora, hoje já está na esteira, na parte final do processo, montando as caixas que embalarão os calçados.
De todos esses anos que trabalha no setor calçadista, para Rosi, este tem sido o mais desafiador. “Em março, quando teve a paralisação das empresas, foi muito triste. Muitas pessoas indo embora chorando, sem saber o que iria acontecer, ou por terem sido demitidas”, lembra.
Entretanto, a sapateira não deixou se abalar pelo momento e, junto da família, criou mais forças para passar pela turbulência. “Não medi esforços para ajudar a empresa, porque vi as dificuldades que eles também tiveram. Então, sempre falo, a gente precisa valorizar aqueles que abriram as portas”, diz.
Orgulho da profissão
Para Rosi, comemorar o Dia do Sapateiro sempre é especial. Mas, neste ano, apesar das restrições, será ainda mais significativo. “É maravilhoso saber que estou contribuindo com a fabricação de um produto que trará prazer e autoestima para outra pessoa, e com um toque de superação, de perseverança e esperança de que dias melhores virão”, emociona-se.