Nesta quinta-feira, 22, a acusada de matar Flavia Godinho Mafra, e roubar o bebê do seu ventre, Rozalba Grimm, passará pelo exame de sanidade mental.
O atual advogado de defesa, Rodrigo Goulart, explica que o exame será realizado no Instituto Geral de Perícias (IGP) de Brusque, às 9h30, por um profissional psiquiátrico.
O pedido para o teste foi feito pela antiga defesa de Rozalba e acatado pelo juiz Luiz Fernando Pereira de Oliveira, da comarca de Tijucas, em 14 de setembro.
Na visão do advogado, o exame deveria ser realizado em um hospital psiquiátrico de custódia. Entretanto, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que essa é uma atribuição do IGP. “Mas, caso o profissional que for realizar o exame nela achar que não tem condições de avalia-la, então pode declinar para o hospital de custódia”, explica Goulart.
Defesa dativa
Rodrigo Goulart foi nomeado advogado de defesa dativa pelo juiz após a acusada escrever, a próprio punho, uma carta afirmando não ter mais condições de arcar com despesas advocatícias.
O profissional informa que ainda não teve contato direto com Rozalba, mas que estará em Brusque, na quinta-feira, para acompanhar todo o procedimento do exame.
“Tive apenas acesso aos autos, o qual é possível perceber que ela é uma pessoa calma e fria, e isso com certeza é sinais de uma pessoa que possui uma doença mental, diante de tamanha brutalidade”, comenta.
Para o advogado, se o resultado do exame apontar que Rozalba é uma pessoa sã, “normal”, trabalhará para que tenha uma pena justa e que não ocorra exacerbação de pena.
Inclusive, atuará para que o caso seja desaforado da comarca de Tijucas.
“Como o caso ocorreu na região e teve grande repercussão, há uma contaminação na comarca. Então, o meu papel é defender os direitos dela, e é dessa forma que trabalharei”, afirma Goulart.
Por outro lado, se o exame afirmar que a acusada possui uma doença mental, o advogado trabalhará para que Rozalba receba tratamento adequado em um hospital psiquiátrico. “Nesse caso, ela não vai a júri e fica internada, como qualquer outro paciente, sem ser custodiada, por um período de três anos, e então é reavaliada sua condição psiquiátrica”, explica.
RELEMBRE O CASO
Flavia Godinho Mafra, 24 anos, foi assassinada de forma brutal, em 27 de agosto, em uma cerâmica abandonada, no bairro Galera, em Canelinha.
Ela foi levada até o local por Rozalba Grimm, a qual afirmou que ocorreria um chá de bebê surpresa.
Ao se virar de costas, Flavia foi atingida por um tijolo, e após alguns golpes, desmaiou.
Neste momento, Rozalba pegou um estilete e cortou a barriga de Flavia e roubou a filha, simulando, em seguida, ter tido um parto no meio da rua.
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