Amanda Ághata Costa
Preciso de paz de espírito. De sorrisos fáceis, de almas leves, de gente que saiba ser gente. Há tanta maldade e poluição de mentes, que às vezes paro para perguntar o que se ganha ao semear um plantio ruim. Não é possível que alguém pense que se ganhe algo com isso. É tão bom desejar o bem, ser para o outro o que gostaríamos que fossem conosco. É tão melhor viver a leveza de forma que não precisamos nos preocupar com o que o outro faz, pois a vida dele só diz respeito à ele mesmo, e não a ninguém além dele próprio.
O pior é que, atualmente, as pessoas só pensam em viver as vidas alheias em vez de cuidarem daquilo que deveriam dar importância. Nas notícias, nos holofotes, na esquina de qualquer cidade, ninguém fala das coisas boas, só das ruins que atraem ainda mais negatividade. Ninguém mais sorri com tanta vontade, porque até aí há o risco de ser duramente criticado.
A felicidade incomoda. O sucesso dos outros é boicotado de mil maneiras, porque ver alguém crescer mais do que você, parece ser um crime da pior categoria. Às vezes te desejam coisas boas, quando no fundo torcem para que dê tudo errado. Isso é tudo tão cruel e triste, pois não há mais segurança em lugar algum. Todo o tempo temos que pisar em ovos, afinal, não se sabe em que território está se equilibrando dessa vez.
É cansativo pensar que a humanidade se encaminha para um destino onde não há confiança o bastante para ninguém. Preciso de um botão que mude a realidade e traga de volta à época onde as pessoas sabiam o que era, de fato, humanidade. Preciso ver menos julgamentos e mais mãos estendidas para erguer alguém após a queda. Preciso acordar e ver um mundo novo se erguendo, uma era começando onde o bem reine e mostre a todos o poder real de ser bondoso. Talvez seja pedir muito, mas onde há esperança, há sempre a chance de um recomeço.