Neste momento de pandemia, uma das áreas que mais precisou se adaptar foi a Educação.
Acostumados a sair de casa todos os dias para encontrar amigos e professores e realizar atividades escolares, milhares de alunos se veem agora estudando em casa.
Os professores, que sempre estiveram nas salas de aula, agora estão interagindo por tela, áudio e atividades impressas. E os pais, em suas casas, se esforçam para ajudar na realização das atividades.
De acordo com a recente pesquisa da Nova Escola, “A situação dos professores no Brasil durante a pandemia“, 31,9% dos professores afirmam que a maioria dos pais e responsáveis têm realizado as atividades escolares com os filhos.
Na rede privada, a participação é de 58% e na rede pública 36%. “O índice não é baixo e revela interesse das famílias pela Educação dos filhos, mesmo numa situação tão incomum, na qual as famílias enfrentam desafios de toda ordem para sobreviver e manter os filhos aprendendo”, analisa Alice Junqueira, coordenadora de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
“O número mostra também que os familiares e responsáveis, ainda que com limitações, estão dedicando tempo e investindo recursos para ajudarem na aprendizagem dos filhos”, acrescenta.
Para contribuir com este novo modelo de aprendizagem, estar mais próximo das famílias e estimular a continuidade do trabalho educacional em casa, o Arranjo de Desenvolvimento da Educação da Grande Florianópolis (ADE Granfpolis) lança, em parceria com a Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis, Colegiado de Gestão em Educação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (CoGemfri) e o Instituto Positivo, uma campanha regional de incentivo às famílias para as atividades não presenciais.
Segundo a assistente educacional da Granfpolis, Bianca Silveira, a campanha dá ênfase à importância do trabalho conjunto entre escola e família na garantia do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
“O incentivo dentro de casa é fundamental para os estudantes realizarem suas atividades. Muitos pais têm ajudado nas tarefas, fazendo leitura e contas. Além de ensinar, esse tipo de atitude reforça o vínculo entre as crianças e seus pais ou responsáveis, o que só traz benefícios e resultados positivos na Educação”, destaca.
A campanha busca atingir mais de 94 mil estudantes das redes municipais de Educação da região da Granfpolis e suas famílias.
As peças, criadas pela Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, estão sendo encaminhadas para utilização das escolas e secretarias municipais de Educação.
A ação convida as famílias a compartilharem fotos dos afazeres educacionais com a #EducaçãoCasaEscola, sendo esta uma forma de mostrar para outras famílias que muitos estão neste movimento de estudo com seus filhos.
A pequena Melissa, aluna do Pré I, da Escola Básica Municipal Alice da Silva Gomes, de São João Batista, está ansiosa para aprender a ler e escrever e são os pais os principais incentivadores neste processo.
“Quase todos os dias faço atividade de escrita e leitura com ela, para exercitar e ajudar a aprendizagem. A Melissa sempre quis aprender a ler, então ela gosta e se sente orgulhosa com essa atividade. Tanto eu quanto o meu esposo incentivamos e auxiliamos ela durante as aulas e nas atividades que são repassadas”, explica a mãe Larissa dos Santos.
Segundo ela, no começo a filha não gostava da aula online, mas agora fica ansiosa e orgulhosa para falar.
“Lógico que não é como estar na sala de aula interagindo com os colegas e professoras, mas vejo a evolução dela a cada dia com as atividades propostas pelas professoras”, comenta Larissa, que segue os ensinamentos dos pais agora com a filha.
“Eu tive acompanhamento e incentivo quando eu estudava, então quero repetir com meus filhos. Acredito que é papel dos pais estar sempre ao lado dos filhos, em qualquer momento da vida deles. Então no processo de aprendizagem não deve ser diferente. Por isso, sempre acompanho de perto o que ela está aprendendo e também tento ajudar como posso”, enfatiza a mãe.
A consultora técnica do Instituto Positivo e do ADE Granfpolis, Gilmara da Silva, ressalta que, assim como as escolas precisaram de um novo processo de adaptação à nova realidade, as famílias precisaram se adaptar com as crianças em casa.
“O nosso pedido é que os pais nos ajudem a manter o vínculo indispensável entre família e escola no processo de formação integral de crianças e adolescentes. Um dos aspectos mais importantes para mantermos o bem-estar das crianças é permitir que os estudantes se mantenham ativos nos processos de aprendizagem para que possamos minimizar os impactos do isolamento social neste período de suspensão de aulas presenciais”, finaliza.