Há cinco meses, os moradores do bairro Arataca, interior de São João Batista, utilizam desvios para poderem sair do bairro. A necessidade se deu quando, em 3 de fevereiro, a prefeitura interditou a ponte próxima à igreja Assembleia de Deus, devido a um problema na cabeceira. Inicialmente, a ponte passaria por uma reforma, mas poucos dias depois, parte da estrutura de concreto caiu.
Desde então, os moradores locais fazem um desvio pela localidade da Lua para acessar o bairro, ou ainda por um trajeto em um morro, por Tigipió.
Eliazar Antônio da Silva, 52 anos, e a esposa Vânia Gasperi da Silva, 48, são moradores bem próximos da ponte caída e possuem a empresa Vô Tonho Aipim. O deslocamento para o Centro do município é diário, e desde fevereiro utilizam os desvios que alongam o caminho.
“Isso gera um transtorno e nos deixa decepcionados, pois parece que a prefeitura esqueceu que Arataca faz parte do município. Aqui, geramos emprego e pagamos impostos, mas fomos deixados de lado”, lamenta o empresário.
A moradora do bairro, Florentina Formento, 52, ressalta que, além do desvio tornar o caminho mais longe, a estrada na localidade da Lua gera muita poeira. “Era uma estrada pouco usada e agora está mais movimentada, mas não é molhada constantemente”, diz.
Ailton Motta, 63, faz o trajeto no local de motocicleta, por isso ainda consegue passar por uma beirada da ponte. “Se torna um pouco arriscado e perigoso, pois a outra parte também pode cair, mas ainda assim é melhor do que fazer todo o desvio”, comenta.
O ex-vereador, Sebastião Formento, 60, também utiliza o trajeto, pois além de morador, possui uma malharia em casa. “Estamos desde fevereiro usando o desvio, que é por uma rua cheia de buraco e estreita, e não recebemos nenhuma previsão por parte da prefeitura de quando devem arrumar”, diz.
Apesar de também sentir dificuldades sem o acesso pela ponte, o comerciante Joacir Melo, 50, da Farinha Dona Nila, afirma estar aguardando paciente pela obra de reconstrução. “Mas, é importante também dar atenção para as outras duas pontes na estrada geral de Arataca, especialmente a do fim do calçamento, que está oca por baixo e pode piorar com o tempo”, lembra.
Morador da localidade de Lua, José Melo, 63, está desde fevereiro evitando abrir toda a casa, por conta da poeira que vem da rua. “Já fiz a contagem e passa um carro por minuto nessa estrada, o que antes era completamente parado. Com isso, vem muita poeira para dentro de casa, mesmo a prefeitura fazendo manutenção de vez enquanto”, diz.
Reconstrução para agosto
O secretário de Infraestrutura do município, Taynan José da Cunha, afirma que uma nova ponte deve ser feita no lugar da que caiu. “Desde que houve o problema na estrutura, o prefeito esteve na Defesa Civil do Estado e tem buscado maneiras de construí-la”, informa.
Segundo ele, a previsão é de que a obra seja iniciada até o dia 15 de agosto, obedecendo o que prevê a legislação eleitoral.
A ponte deve ser construída com recursos de uma emenda parlamentar do deputado estadual Jerry Comper (MDB), que, inclusive, esteve no local com os vereadores Milson da Silva e Juliano Peixer, e o vice-prefeito Pedro Alfredo Ramos. “Estamos aguardando o repasse da emenda para iniciar a obra”, garante da Cunha.
Ele ressalta que neste período de interdição da ponte a prefeitura tem feito a manutenção do desvio pela localidade de Lua, semanalmente. “Ficou um trator com lâmina à disposição para realizar o serviço. Além disso, alargamos a estrada para melhorar o desvio”, diz.
Manutenção das pontes
Além da ponte já caída, o secretário afirma ter conhecimento da situação das outras duas na estrada geral de Arataca. Inclusive, ele explica que em uma delas o problema já foi resolvido, e se tratava de um vazamento na cabeceira.
“A outra já foi feito laudo para Defesa Civil. Houve um recalque de, aproximadamente, 15 centímetros. Terá que ser feito uma nova. O prefeito fez o pedido dessa na Defesa Civil do Estado”, informa.
Apesar de já ter constatado o problema, da Cunha ressalta que não é possível estipular um prazo para reparo no local. “Não depende só da gente, mas estamos fazendo o máximo para que seja o quanto antes”, pontua.