Pessoas vêm e vão. Doa a quem doer, é a mais pura verdade. Um dia você está no jardim de infância, conhecendo várias crianças novas, e no outro é um adulto que nem lembra direito com quem já conviveu ao longo de todo esse tempo. De alguns até pode se lembrar, mas são apenas vagas lembranças que parecem não ter grande importância. Mas têm.
Todos que conhecemos são importantes, por mais que às vezes doa admitir. Desde a pessoa com quem você trocou duas palavras no ônibus, a um amigo que não te vê há anos, ou um antigo parceiro a quem jurou que odiaria para sempre. Todo mundo deixa algo de si conosco.
Tem gente que deixa marcas mais profundas e tem quem só arranhe a superfície, mas as evidências destas passagens não desaparecem nunca. Cada pessoa com quem cruzamos é uma pedrinha a mais na nossa balança. Tem quem coloca somente uma e desaparece logo em seguida, como tem quem continue aumentando o número de pedras porque decide não ir embora. Dessas pedras, algumas pesam mais do que outras, mas todas estão ali, exercendo o seu papel.
Seja um minuto ou uma vida inteira, há aqueles que aparecem para mudar a forma como são vistas as coisas. O mais doido disso tudo é que as pessoas permanecem o tempo exato que deveriam ocupar. Pode até parecer que alguns somem rápido demais, porém ninguém fica menos do que o suficiente.
Inclusive, algumas pessoas vão para que outras possam vir. A gente custa a entender por ser complexo demais, mas uma hora a ficha cai.
Talvez essa seja a grande questão; não é sobre quantos irão embora, ou quantos deixarão de ter peso, mas a respeito de quantas pessoas continuarão achando que vale a pena colocar novas pedras na sua balança.