A Defesa Civil Municipal de Major Gercino terminará nesta sexta-feira, 10, um relatório que será encaminhado para a Defesa Civil Estadual, sobre os estragos ocasionados pelo ciclone extratropical, que passou pela região sul do país no dia 30, e ocasionou 13 mortes no total.
Somente após este relatório ser analisado em Florianópolis, é que telhas de zinco, alimentos e colchões serão disponibilizados para Major Gercino. Isso deve ocorrer no início da próxima semana.
Segundo a coordenadora da Defesa Civil local, Sabrina Abramovitz, praticamente todas as localidades do município tiveram algum tipo de dano, seja em residências, indústrias ou galpões agrícolas. “Houveram casas que danificaram duas, três telhas, e tiveram outras que centenas de telhas foram afetadas pelo vento”, informa.
Boa Esperança e Diamante foram as localidades do interior mais afetadas. Na Boa Esperança, por exemplo, houve o destelhamento da Unidade Básica de Saúde. A força do vento também carregou parte da cobertura de zinco de uma serraria, e uma árvore caiu em cima de uma casa.
Já no Diamante, a estrutura do telhado de um galpão agrícola também foi afetada, bem como a Unidade Básica de Saúde, que foi atingida por eucaliptos. Barra Negra também teve bastantes danos em residências.
Na agricultura, uma estufa de morango localizada em Pinheiral sofreu danos com a perda da cobertura de plástico. Plantações de pinus e eucaliptos também registraram quedas em toda extensão territorial do município. Inclusive, algumas dessas espécies caíram em fiações das redes de energias elétricas. No Centro, galpões indústriais também foram atingidos, entre eles uma confecção de roupas.
Falta de energia e comunicação
Durante dois dias, todo o município ficou sem energia. Aos poucos o fornecimento foi se restabelecendo. Mas, em Três Barras e Morro do Descanso, somente na quarta-feira, 8, é que a eletricidade voltou. “Foi um total transtorno, não somente para as pessoas que tinham comidas em casa e se estragou, bem como aqueles que necessitam de tratamentos de saúde”, revela a coordenadora da Defesa Civil.
Na segunda-feira, 6, o prefeito Valmor Pedro Kammers, o Valmor do Pita (PSL), enviou ofício para as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), além da Cooperativa de Prestação de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica Senador Esteves Junior (Cerej), pedindo esforços necessários para o total restabelecimento imediato e urgente da energia em todo o território majorense.
A falta de comunicação também foi sentida pelos moradores. No interior, por exemplo, o sinal de internet é via rádio. Como as antenas foram afetadas pelo forte vento, há neste momento dificuldades de restabelecimento do serviço.
Aldeia sofre danos
A aldeia indígena Tekoa Vy, que localiza-se no Itereré, também foi duramente castigada. Como a maioria das ocas tem cobertura de palhas, a combinação de forte vento e chuva afetou diretamente as moradias dos índios. Uma casa chegou a ser totalmente destruída.
Em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) local, a Defesa Civil de Major Gercino trabalha para minimizar os impactos do ciclone na aldeia. “Eles precisam de muitos colchões, pois molharam quase todos”, revela Sabrina.