Comunicar ou se fazer ouvir, entre as barbáries nos mais diversos radicalismos culturais, neste complexo desafio de perceber o outro, mesmo contrário a nossos paradigmas, é uma capacidade nobre e rara em nossa espécie humana.
Compartilhar seu mundo de ideias, fertilizando o fluxo de experiências, é a garantia que esta “babilônia”, chamada civilização, um dia seja pacificada, mesmo em sua mais difícil compreensão.
Dialogar significa, em sua etimologia, atenuar as confusões possíveis entre tribos que disputam os mesmos territórios, as mesmas buscas essenciais, de um padrão de conduta que nos faça compreender a linguagem que nos une, apesar de conceitos paradoxais entre certo ou errado, pois o que nos torna melhores é esta capacidade de dialogar.
Nossa democracia, hoje, mais de 30 anos pedindo diálogo, precisa ser fortalecida.Perguntas ainda hoje sem respostas, nos mostram como é difícil o diálogo entre o povo e governo.
Estas imensas dificuldades de comunicações entre estas instituições (famílias, escolas, empresas, governos, culturas), fragmentam nossa evolução com a pobreza de fracassos, sucedendo mais fracassos.
As instituições que nos regem, necessitam viver em harmonia, pois, esta relação gera suporte de desenvolvimeto e qualidade ao país. Nossa gente está cansada de ver gestores públicos, lavando as mãos diante de tamanha lama de corrupções, e não sabe e não quer dialogar? Ou o diálogo os compromete?
Processo mental automatizado pelo super ego de um poder já desgastado leva cada vez mais nosso povo às ruas, que pede não apenas uma retórica explicativa, mas, muito mais, possibilidades reais de reconstruir e sustentar aquilo que fora roubado de cada brasileiro que contribui com este país: sua dignidade há muito tempo fragmentada.
Dialogar é o primeiro passo de muitos que precisarão chegar.