O Sindicato dos Comerciários de Brusque, com sub sede na cidade de São João Batista, repudiou a troca do feriado por ponto facultativo, no dia do padroeiro São João Batista, durante a quarta-feira, 24.
O pedido da mudança, excepcionalmente para esse ano, foi do Sindicato do Comércio Varejista do Vale do Rio Tijucas (Sincomvati) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de São João Batista (CDL).
Eles procuraram o Poder Público Municipal, que acatou a solicitação e enviou o pedido para a Câmara Municipal de Vereadores. Os edis aprovaram a sugestão por unanimidade.
O diretor-executivo da CDL, Willian dos Santos se pronunciou sobre a questão. “Entendendo que neste ano, devido à pandemia do coronavírus e o cancelamento da festa do padroeiro, poderia ajudar o comércio local e pequenos e médios empresários a abrirem os negócios nesta data com ponto facultativo”, detalhou ele, em reportagem vinculada na edição anterior.
O presidente do sindicato, Julio Atanásio Gevaerd, disse que trata-se de “um ato assumido pelo senhor prefeito municipal e todos os vereadores da cidade, em transformar de forma arbitrária e sob pedido da CDL e sindicato patronal” o feriado em homenagem ao padroeiro São João Batista.
Segundo o sindicalista, é preciso dizer que a convenção coletiva de trabalho assinada entre o patronal e laboral, nunca, jamais, proibiu a abertura do comércio em dias de domingos e feriados. “A condição de abertura se dá pelo pagamento de uma gratificação de R$ 60, mais um dia de folga e despesas com alimentação e transporte. Este valor e condições, não é imposição, mas sim, negociado”, acrescenta.
Ele diz lamentar profundamente que o sindicato patronal assinou um termo de concordância (convenção coletiva de trabalho) com previsão na Constituição Federal, e neste momento, pede para ‘outro’ desconsiderar a assinatura e que determine o ponto facultativo. “Fica a pergunta: quem pagará o prejuízo dos comerciários que trabalharam no ex-feriado? Cada um dos que trabalharam terão a perda de aproximadamente R$ 120”, descreve.
Dificuldades da pandemia
O presidente Julio Gevaerd entende que a pandemia gerou sérios problemas na economia universal. “Porém, até o presente momento, aos trabalhadores é que cabe a parcela maior da conta. Senão vejamos: suspensão do contrato; redução do contrato e salário; auxílio emergencial pago com o FGTS do trabalhador, e agora, ponto facultativo no feriado”, analisa.
Ele faz duras críticas aos Poderes Executivo e Legislativo. “Parece programa de rádio onde você pede (empresários) e nós tocamos (ponto facultativo). A Câmara de Vereadores se traduz no ditado ‘manda quem pode (prefeito) obedece quem tem juízo (vereadores)’, esquecendo que quem manda são os eleitores (comerciários). Queremos neste momento, suscitar aos empresários de bom caráter e de boa índole, que reconhecem a convenção coletiva, a não deixarem seus funcionários na mão. Quem tem bom produto em sua loja (comerciário) sabe dar valor a este bravo”, finaliza.
CDL
Em contato com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São João Batista, o diretor-executivo Willian Souza dos Santos informou que é de competência do município a alteração de feriado ou, nesse caso, a mudança para ponto facultativo, excepcionalmente neste ano em que a pandemia assola a economia local. “O feriado não foi feito pelo sindicato e sim pelo município de São João Batista. E se altera quando é necessário. Se quiser fazer um ponto facultativo, pode ser feito. Se o município querer até mesmo excluir o feriado, é de competência do município”, disse.
Segundo o diretor, a CDL tentou negociar com o Sindicato dos Comerciários, mas o assunto não evoluiu. “A situação econômica não está fácil. Creio que todos temos que se unir nesse momento difícil da economia”, analisa.