Tem tipos de abraços que nos envolvem tão profundamente, que por mais que pareça estar sobrando muito espaço, na verdade nem um centímetro consegue ficar de fora. Todo o seu corpo fica coberto, apesar de não aparentar isso. Você se sente aninhado, protegido de um jeito como se nada de ruim pudesse te atingir enquanto está dentro daqueles braços. É mágico: a pessoa te abraça, e você esquece do mundo ao redor, dos problemas de amanhã, da fatura do cartão de crédito que está prestes a vencer, do despertador que vai tocar em plena madrugada, do vizinho rabugento que reclama da sua cantoria desenfreada. Sente que seus pés estão praticamente flutuando em um universo paralelo e não há nada além de vocês dois ali, abraçados daquele jeito.
Não é qualquer abraço que encaixa tão bem nas curvas do seu corpo, mas quando você o encontra, sabe perfeitamente a diferença que ele tem. É único e marcante, como se ao encostar em você, deixasse uma marca na sua pele por tê-lo recebido. É o tipo de envolvimento que te mostra o quanto um toque isento de malícia pode ser especial e marcante, apesar de toda a sua simplicidade. São vários os tipos, e todos eles são importantes. Pode ser um abraço de consolo pela perda de alguém querido, um abraço de saudade depois de meses sem ver uma pessoa importante, ou um abraço de puro amor que explode no peito e transborda no aperto de dois corpos. Não importa qual seja a motivação.
Às vezes, sem percebermos, as palavras são substituídas por abraços, pois através deles podemos dizer coisas que não somos capazes de verbalizar. É simples. Basta dar um abraço para mostrar que está ali, que se importa, que o outro nunca estará sozinho. Por mais que pareça bobo, o verdadeiro valor das ações não está no sentido delas por si só, mas no que elas representam para cada um. Enquanto para uns um abraço é algo pequeno, para outros é mais do que o suficiente.