Cristiéle Borgonovo *

O jornal Correio Catarinense é o papel que moldou minha história. É com o coração cheio de alegria e gratidão que escrevo para o Jornal Correio Catarinense, celebrando a edição de número 1.000. Um marco histórico que atravessa décadas e marca gerações.
Iniciei minha trajetória aqui como estagiária de Jornalismo. Uma menina nascida em solo batistense, assim como o jornal, mas que morava na cidade vizinha de Canelinha. Estava no 5º período da faculdade de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, quando tudo começou. Era fevereiro de 2013, e minha primeira reportagem foi uma matéria especial sobre o Motódromo Ari Justino Pereira, no bairro Cobre.
Por coincidência do destino, meu Trabalho de Conclusão de Curso também teve ligação com esse tema: um livro-reportagem sobre a história do motocross em Canelinha. No ano seguinte, em agosto de 2015, conquistei o tão sonhado diploma em Jornalismo.
O Correio Catarinense me moldou como profissional. Foi aqui que aprendi, na prática, o ofício que vai muito além das teorias da sala de aula. O jornal me ensinou que cada pauta é uma nova descoberta, cada entrevista é uma troca, e cada edição impressa é um legado.
Diversas matérias deixaram marcas profundas. Passei por diferentes editorias, mas confesso: as matérias dos Cadernos Especiais, das Séries e as de Comportamento ocupam um cantinho especial no meu coração. Contar histórias de vida, dar voz a quem muitas vezes não é ouvido, isso não tem preço. É o senhor, a senhora, o trabalhador simples, sem vínculo político nem poder aquisitivo, mas com uma história de superação que representa a força do nosso povo.
Foram muitos momentos marcantes nessa caminhada. Matérias que apoiaram campanhas de solidariedade, que ajudaram a arrecadar recursos para tratamentos de doenças raras; reportagens que denunciaram irregularidades e contribuíram para a transparência pública; e tantas outras que celebraram a arte, a cultura e as conquistas da nossa gente. O jornal sempre foi e continua sendo um canal de informação e transformação para a comunidade.
O Correio Catarinense é um símbolo de resistência. Um periódico impresso que enfrenta a era das redes sociais, o imediatismo das publicações apressadas, o desejo de noticiar antes de apurar e faz o caminho oposto: o da verdade, da responsabilidade e do compromisso com o leitor. A cada nova edição, renovo minha paixão pela imprensa escrita, essa arte de eternizar palavras em papel.
Além dos oito anos como colaboradora do jornal, há cerca de cinco anos, atuo como jornalista freelancer do Correio, assinando matérias especiais e cadernos comemorativos. E sigo com a certeza de que, todas as sextas-feiras pela manhã, há centenas de pessoas aguardando com expectativa o jornal que chega às suas portas, trazendo informação, emoção e pertencimento.
Ser jornalista formada, trabalhar na área e poder atuar na minha cidade natal, onde resido há nove anos, é motivo de imensa alegria. O Correio Catarinense, ao publicar sua edição nº 1.000, me mostra que persistir vale a pena.
Fazer parte dessa história me enche de orgulho. Cada pessoa que passou pelo jornal e com quem tive a honra de trabalhar me ensinou algo valioso. Que venha a edição 2.000! E que eu continue fazendo parte dessa trajetória de paixão, compromisso e amor pelo jornalismo.
- Jornalista e assessora de imprensa na Comunidade Bethânia
“Passei por diferentes editorias, mas confesso: as matérias dos Cadernos Especiais, das Séries e as de Comportamento ocupam um cantinho especial no meu coração”.

