Nesta quinta-feira, 1°, quando se celebrou-se o Dia do Trabalha, o jornal destaca a história de duas colaboradoras da Confecções Janaína. O comércio, localizado no Centro de São João Batista, completa no próximo dia 5 de maio 35 anos de fundação. Fundada na garagem de casa, a empresa se tornou referência no setor e carrega uma história marcada pela fidelidade das funcionárias. Duas delas se destacam: Elizabete Feller, 60 anos, conhecida como Bete, e Lizandra Cim Teixeira, 47 anos, que completam 31 anos de casa.
Lizandra começou a trabalhar ainda na adolescência, aos 15 anos. Frequentava a escola meio período e no outro se dedicava ao trabalho. Recorda que no primeiro dia tudo era novidade: não conhecia nada sobre malhas e tecidos, mas aprendeu com a fundadora, dona Ivanilda Silveira. “Eu tinha que atender os clientes, mostrar os produtos e realizar as vendas”, relembra.
Segundo Lizandra, o que mais a motiva a permanecer na empresa é o ambiente de trabalho, que se transformou em uma grande família. As colegas, na maioria mulheres, tornaram-se grandes amigas. Para ela, as mudanças mais marcantes ao longo dessas três décadas foram a expansão da loja e a transição da gestão para os filhos da fundadora, Janaína Silveira e Alexandre Pedro Silveira. “Começamos atendendo em uma garagem e hoje temos uma loja consolidada. Nunca pensei em mudar de profissão. Gosto do trabalho, das colegas e das clientes”, afirma.
Quando questionada sobre a maior conquista na trajetória, Lizandra destaca o crescimento coletivo. “Evoluímos juntos ao longo do tempo. Criamos laços que vamos levar para a vida”, diz.
Elizabete Feller, a Bete, assinou a carteira de trabalho em 1º de abril de 1994, data conhecida como o Dia da Mentira. Mas o que ela construiu ao longo dos anos é uma trajetória marcada por verdade, superação e conquistas. Natural de Canelinha, moradora do bairro Moura, ela soube da vaga por meio da irmã, que morava em São João Batista. Já tinha experiência como costureira e, após fazer um teste, foi contratada. “Queria trabalhar fora do meu bairro e a oportunidade foi ótima. No início dormia na casa da minha irmã e voltava nos fins de semana”, recorda.
Com o salário, comprou o primeiro carro, um VW Fusca Itamar, que usava para o trabalho e aos passeios. Também conseguiu ajudar a filha a concluir a faculdade de Engenharia Química. Hoje, a filha atua na empresa Kraft Heinz, em Blumenau. Bete se aposentou há cerca de cinco anos, mas continua na ativa. “Tenho saúde, trabalho desde nova. Não sei ficar em casa. Aqui tenho amigas, o tempo passa e faz parte da minha rotina. Gosto do que faço e dessa história que construí”, afirma.
A trajetória de Bete e Lizandra representa a dedicação de milhares de trabalhadores brasileiros. No mês em que se homenageiam os que constroem o país com esforço diário, histórias como essas reforçam a importância de valorizar quem transforma o trabalho em legado.
Elas trabalham e ajudam a construir a história da empresa
Com histórias que costuram o tempo, as funcionárias, sempre dedicadas marcam a trajetória da empresa. Meri dos Santos Bernardo, 51 anos, atua há quase 20 anos no local. Sempre atenciosa, recebe os clientes com simpatia.
Moradora do Centro de São João Batista, relata que antes de ingressar na Confecções Janaína, trabalhou por dez anos na Fecat, oito anos na Loja Dona Wanda e dois anos na Bruna Mello. Afirma que sempre se identificou com o comércio e o atendimento ao público. É dessa forma que contribui com o sustento da família. “Trabalhar é muito bom. Nossas conquistas e realizações acontecem por meio do nosso esforço e dedicação”, afirma.
Leda Maria Mafra Peixer, 47 anos, está na empresa há 15 anos. Atua como costureira, profissão pela qual tem apreço e carinho. Já Sueli Maria Bonecher Martins, 50 anos, soma 12 anos de trabalho na Confecções Janaína, no setor de atendimento ao público. Para ela, trabalhar é sentir-se útil. “Chegar em casa após um dia de trabalho me deixa realizada. Comecei aos 11 anos de idade e nunca mais parei”, conta. Antes disso, já havia trabalhado como cuidadora de crianças e vendedora na Loja Botamedi e na Entrelinhas e Presentes.
Sobre a data
O Dia 1º de Maio, conhecido como Dia do Trabalhador, tem origem nas lutas operárias do final do século XIX. A data remete à greve geral ocorrida em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, quando trabalhadores reivindicaram melhores condições de trabalho e a redução da jornada para oito horas diárias. No Brasil, o feriado foi oficializado em 1925, pelo então presidente Artur Bernardes, e desde então marca a valorização das conquistas trabalhistas, sendo um momento de reflexão sobre direitos, deveres e condições de trabalho.
Para a Igreja Católica, o 1º de Maio também é dia de São José Operário, instituído pelo papa Pio XII em 1955 como símbolo da dignidade do trabalho. São José, pai adotivo de Jesus e trabalhador da carpintaria, representa o esforço silencioso, a honestidade e a dedicação de milhões de trabalhadores. A escolha da data reforça a ideia de que o trabalho é um valor humano e espiritual, digno de respeito e reconhecimento.
