Cristiéle Borgonovo
Na quarta-feira, 26, o jornal Correio Catarinense completou 20 anos de fundação. Já pararam para pensar que, desde essa data, já se passaram mais de 7.305 dias, 1.043 semanas e 240 meses levando informação de qualidade a todo o Vale do Rio Tijucas? Dessa forma, questiono a você, leitor: quais foram os elementos principais para que, juntos, comemorássemos essa data tão significativa? Afinal, em uma era digital, o palpável periódico de folhas acinzentadas, com seu cheiro único e inigualável de tinta fresca que sai da gráfica, alimenta aqueles que têm o fervor por notícias.
O ano de 2025 pode ser descrito como um ano de comemorações e conquistas. Além de celebrar os 20 anos de fundação, em outubro será publicada a edição de número 1.000. Nessa trajetória de duas décadas, centenas de histórias foram contadas, destacadas e, o melhor, eternizadas. Há quem guarde com carinho e até emoldure a página do jornal que conta a sua própria história ou a de uma pessoa querida.
Seja de superação, denúncia ou bastidores políticos — tema sempre presente na região —, o jornal Correio Catarinense chega à marca de duas décadas com duas palavras que definem o periódico: equipe e credibilidade.
Sim, uma aliada à outra, são e foram imbatíveis para a conquista desse marco. Nada se conquista ou realiza-se sozinho. Desde a parte administrativa, jornalística, de design, comercial, criação e entrega, tudo gira em torno do respeito com os leitores e patrocinadores, reafirmando o compromisso com a veracidade.
Sobre credibilidade: sem esse fundamento básico, não existiria o Correio Catarinense. Uma vertente viva que corre nas veias do bom jornalismo. Mesmo que doa a alguns, a veracidade sempre prevalece e, com ela, a propagação da boa informação. Cada um que passou pelo jornal e os que acreditam em um futuro repleto de informação de qualidade, a edição 1.000 está logo ali.
Diretores do jornal
Desde a fundação do jornal, muitos desafios foram enfrentados. Há duas décadas, Silvio Eccel, o Silvinho, foi diretor do periódico. Ele conta que a principal missão do jornal no momento da fundação foi levar até as mãos da população do Vale as informações da região. “O intuito foi, de alguma forma, transmitir a mensagem de uma forma palpável. Na época, poucas pessoas na região tinham acesso aos jornais impressos, como Diário Catarinense, Santa, entre outros, que eram por assinatura e traziam informações de forma mais abrangente sobre todo o estado”, conta Eccel.
Dessa forma, o Jornal Correio Catarinense foi criado para suprir essa lacuna existente na região: a carência de um jornal impresso com informações exclusivas do Vale do Rio Tijucas. Silvinho também recorda que o processo de produção, nos primeiros meses, aconteceu em um espaço dentro da Rádio Clube, no Centro de São João Batista, à época. Alguns colaboradores da emissora participavam na criação de conteúdo e na gestão do jornal. Jonas Hames era quem produzia a maior parte dos conteúdos e era responsável pela diagramação do jornal. Ele também foi diretor.
“Um editorial que fazia muito sucesso na época era o Caneta Alugada. Trazia a informação de uma maneira informal e, principalmente, destacava os bastidores da política”, relembra Silvio.
Helder Mondardo, que também foi diretor e acompanhou todo o processo desde o início, reforça que, entre os desafios enfrentados no começo, o maior foi sempre contar com profissionais qualificados na área da comunicação para levar a informação correta aos leitores. “Sempre foi o principal objetivo buscar todas as vertentes da notícia, ouvir todos os lados e envolvidos, sempre na busca da imparcialidade. Afinal, essa é a essência: informar”, recorda.
Mondardo também destaca que o jornal manteve relevância diante das transformações do jornalismo. Houve ajustes e adequações ao longo do tempo. O cotidiano, por exemplo, passou a ser divulgado quase que em tempo real. Como a tiragem do jornal é semanal, a ênfase se voltou para a divulgação de histórias, fatos e acontecimentos das pessoas da região. “Vieram as séries, os cadernos especiais, as histórias e memórias do passado, o especial com os centenários. Assim, trouxemos o resgate de vivências das pessoas que contam a história das nossas cidades”, informa Helder.
Para Jonas Hames, o jornal é como um organismo vivo, em constante transformação, acompanhando as mudanças da sociedade e a forma como consumimos notícias. Começou como uma publicação quinzenal, depois tornou-se semanal, e, mesmo diante da revolução digital que tomou conta do espaço jornalístico, manteve sua relevância. Hoje, não só sobreviveu à era digital como também se adaptou a ela, incorporando novas plataformas e formatos. A linguagem evoluiu, mas sem perder o essencial: a apuração rigorosa, a criticidade e a sintonia com a sociedade. O jornalismo, no fim das contas, continua com sua missão.
Hames destaca que, o momento mais emblemático foi a transição de Correio do Vale para Correio Catarinense. “Esse reposicionamento da marca não foi apenas uma mudança de nome, mas um passo estratégico que consolidou o jornal como uma referência. Foi um verdadeiro divisor de águas na trajetória do jornal”, diz.
Com a chegada dos 15 anos do jornal, um marco foi alcançado: a reformulação do projeto gráfico, que ganhou uma nova identidade visual e forma de diagramação. O atual diretor do periódico, Juliano César dos Santos, que também é jornalista, iniciou suas atividades como repórter nas primeiras edições do jornal. Nos 15 anos passou-se a ter um jornal totalmente colorido e um site moderno e de fácil acesso.
Questionado sobre como o Correio Catarinense manteve a relevância diante das transformações do jornalismo, ele contextualiza que, de fato, o impresso foi o meio mais afetado pelas mudanças atuais, especialmente com o digital. No entanto, a relevância do impresso Correio está em ser o jornal que segue sendo um resumo da semana na cidade e região, além de dar um enfoque diferenciado no noticiário. Além disso, aposta em reportagens especiais em datas importantes, trazendo os personagens do município e região para o contexto jornalístico.
Celebrar a chegada de duas décadas também demonstra como o periódico contribui com a comunidade e com o jornalismo local. “O Correio Catarinense é uma porta aberta para a nossa comunidade. Dá espaço para as várias representações e organizações de nossa sociedade. O Correio ainda gera aquela famosa espera dos leitores, que recebem, nas sextas-feiras, a edição impressa e desfrutam de uma boa leitura. Sem falar também que o site atualiza as informações diariamente”, recorda.
Nossos leitores
Izaú Antônio Silveira, 64 anos, o Galego, é um assinante assíduo do Correio Catarinense. Empresário no ramo de bebidas há mais de 30 anos, o morador de Major Gercino conta que um dos motivos de ser assinante, há muitos anos, é a confiança que tem no jornal. “Sabemos que o que vem escrito ali é verdadeiro, tem credibilidade e inspira confiança. Outro fato é que as notícias são da nossa região. Também gosto de ouvir rádio, mas no impresso, o que eu não consigo ler na hora, posso voltar e ler depois”, diz.
Toda sexta-feira, ele já sabe que, pela manhã, o entregador irá deixar na porta do comércio o jornal. Galego conta que dá uma olhada na capa, na manchete e já segue para a página 03, que é o Entrelinhas. “Já vou dar uma lida para ver se tem alguma novidade dos bastidores da política, das coisas que acontecem por aqui”, conta, entre risos. Mesmo com a exigência do dia a dia de usar as telas do computador e celular, ele prefere confiar nas notícias e informações do bom e velho jornal impresso, pois isso lhe inspira confiança.
Também da cidade de Major Gercino, o comerciante José Francisco Gambeta, 60 anos, proprietário da Agropecuária Major, diz que esperar pelo jornal impresso na sexta-feira já faz parte da rotina. Entre as notícias que leu no periódico, uma das mais inesquecíveis foi a da enchente de dezembro de 2022, que atingiu cerca de 85% da cidade de São João Batista. Ele também comenta que, ao pegar o jornal, procura primeiro pelas notícias da cidade onde mora, depois vai ler as outras. “Eu gosto muito de ler o jornal pela credibilidade. Afinal, se não fosse sério, não estaria completando 20 anos”, fala.
Já Adriana Cipriani, 40 anos, de Nova Trento, é uma das clientes que acreditam no jornal. Da WDD Construtora, ela ressalta que o que faz a empresa acreditar e investir no jornal com anúncios é a credibilidade e a alta possibilidade de atrair potenciais consumidores. “Associar a marca a um jornal de credibilidade, de história idônea, é uma forma de fortalecer a nossa marca e produto”, conclui.